Pedrógão. PSD quer comissão urgente com especialistas escolhidos por cada bancada

Comissão terá de ser independente e “desobrigada de quaisquer vínculos com o poder político e administrativo”

Pedrógão. PSD quer comissão urgente com especialistas escolhidos por cada bancada

O grupo parlamentar social-democrata dirigiu uma carta, a que o SOL teve acesso, a todos os presidentes dos grupos parlamentares, apelando à criação de um painel de especialistas, a serem escolhidos por cada bancada, para integrarem uma comissão capaz de avaliar o que se passou no incêndio de Pedrógão Grande, a lavrar desde sábado à tarde, que já matou 64 pessoas e feriu outras 179.

“É nossa predisposição declarada que cada Grupo Parlamentar possa sugerir os especialistas de reconhecido mérito em condições para serem membros da Comissão. Nesse sentido, devemos em Conferência de Líderes, com caráter de urgência, acertar a composição, o funcionamento e os fins, da Comissão Técnica Independente que agora propomos”, lê-se no documento, que já terá chegado às mãos do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.

Os sociais-democratas consideram que "ninguém, até ao momento, conseguiu elucidar minimamente os funestos acontecimentos dos passados dias 17 e 18 de junho em Pedrógão Grande e Castanheira de Pera que vitimaram mais de sessenta pessoas, entre as quais várias crianças. Pelo contrário, as justificações que têm sido avançadas aparentam ser parcelares e empíricas, muitas delas já tendo sido sucessivamente abandonadas para darem lugar a outras diferentes", refere a carta.

Para o PSD, a imagem que passa, através da comunicação social, “não transmite uma imagem de coordenação, de liderança e eficiência do sistema global de prevenção, segurança e combate aos incêndios florestais em circunstâncias cruciais”.  

“Estamos convictos que compete ao Parlamento criar as condições para que os esclarecimentos devidos possam ser obtidos de forma empenhada, isenta e credível”, lê-se na carta.

O partido acredita que só se pode chegar às respostas “que urgem” com a criação de uma comissão técnica independente “absolutamente desobrigada de quaisquer vínculos com o poder político e administrativo”.