Parlamento debate parto na água no Serviço Nacional de Saúde

Deputados vão discutir amanhã vários projetos relacionados com direitos das grávidas. PAN quer que  seja possível presença de terceira pessoa no parto

O parlamento debate amanhã um projeto de lei do PAN para que seja possível estar presente uma terceira pessoa durante o parto. “Esta alteração legislativa possibilitará um acompanhamento contínuo mais efetivo, pois, desde o momento em que a mulher grávida entra no hospital até ao momento em que a criança nasce, podem passar horas ou até mesmo dias, sendo natural que o outro responsável parental tenha de se ausentar pelos mais diversos motivos,  deixando a mulher sozinha por períodos mais ou menos longos. Assim, caso seja dada possibilidade ao casal de escolher mais um acompanhante, assegura-se que a mulher não terá de ficar sozinha, reduzindo-se o stress do casal”, diz o projeto de lei do PAN. 

Com a lei atual, a mulher tem que escolher apenas um acompanhante. O PAN pretende que “o responsável parental” deixe de ser “considerado acompanhante pelo que a sua presença deverá sempre ser admitida, independentemente da presença de um acompanhante”.

O projeto de lei argumenta que “muitas mulheres veem-se na situação de ter de escolher entre o pai da criança ou a sua própria mãe para estarem presentes. Sendo que a presença da figura materna lhes proporciona o conforto e segurança que eventualmente a equipa médica pode não conseguir trazer, precisamente pela falta de familiaridade. A própria necessidade de escolha pode ser um fator de stress”

PARTO NA ÁGUA

O PAN apresenta ainda um projeto de resolução que recomenda ao governo que o Serviço Nacional de Saúde disponibilize o parto na água. O diploma prevê que o parto na água passe a ser possível em, pelo menos, uma unidade hospitalar por distrito. 
O diploma garante que “vários estudos já demonstraram que o parto na água é uma opção segura em mulheres saudáveis cujos partos não apresentam complicações, principalmente se feito em contexto hospitalar, no qual existem sempre equipas médicas prontas a dar  apoio”

SEGURANÇA

O Partido Ecologista “Os Verdes” também apresentou um diploma para que seja “definido e criado um projeto piloto, no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, protocolado com dois hospitais – um no norte e outro no sul –, que permita a experiência de prática do parto em meio aquático, com o consentimento informado das mulheres grávidas e em condições de segurança, com equipas médicas e de enfermagem especializadas”.
O projeto de resolução do PEV refere que “o Hospital de São Bernardo, em Setúbal, implementou um serviço, de forma inovadora em Portugal, de partos naturais com recurso a imersão na água” e “realizados 92 partos com esta característica não se encontra registada a ocorrência de qualquer problema de segurança, nem para os bebés nem para as mães”. Este serviço foi encerrado em julho de 2014.