Pedrógão. Uma onda de solidariedade sem precedentes

Esta noite o Meo Arena, em Lisboa, recebe o concerto “Juntos por Todos”, que será transmitido em direto na televisão e rádios. No cartaz contam-se 25 nomes e muitos mais gostavam de ter participado na iniciativa. Venderam-se 14 mil bilhetes mas ainda é possível continuar a fazer donativos. As ofertas tornadas públicas somam mais de…

Portugal une-se esta noite para um concerto de solidariedade pelas vítimas de Pedrógão, num momento simbólico que vai permitir aumentar os donativos para as populações mais afetadas pelo fogo que deflagrou a 17 de junho e deixou um rasto de 64 mortes e mais de 200 feridos, mas também dezenas de desalojados. 

Ainda não há um balanço final, mas os donativos recolhidos para os habitantes de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Góis e Pampilhosa da Serra já ultrapassam os cinco milhões de euros. 

De acordo com o levantamento realizado pelo i, este é a soma das transferências tornadas públicas por diferentes entidades. A estas contas somam-se ainda os donativos realizados diretamente por instituições de solidariedade, por fundações ou por pessoas particulares, como é o caso de André Villas Boas. E falta ainda contabilizar os donativos dos portugueses nas diferentes contas e linhas solidárias.

Este valor tem apenas em conta depósitos e transferências, não estando aqui contabilizado os eletrodomésticos, os móveis, a roupa e a alimentação que já chegou à região que ficou destruída pelo incêndio. 
Também não está contabilizado o valor que irá reverter das vendas dos bilhetes do concerto de solidariedade que hoje se vai realizar no Meo Arena que conta com a colaboração de 25 artistas portugueses. Até ontem tinham sido vendidos 14 mil bilhetes cujo valor flutuou entre os 15 e os 25 euros. A lotação para o espetáculo está esgotada mas hoje ainda é possível contribuir com os bilhetes solidários, de 25 euros. 

Esta será a maior onda de solidariedade vivida em Portugal  para a qual diversas empresas de vários setores fizeram questão de participar. 

É o caso do Ikea, Fnac, Visabeira, Worten  e Samsung. Também os sete bancos abriram contas de solidariedade, sendo que as maiores contribuições chegaram através da Caixa Geral de Depósitos e do BPI com a Fundação la Caixa que doaram um milhão de euros, cada. Segue-se o Santander Totta com meio milhão de euros. 
Também a SIC e a RTP criaram uma linha solidária em parceria com as empresas de telecomunicações, através das quais se pode contribuir com 60 cêntimos para as vítimas, telefonando para números específicos. A este valor, acresce o IVA. 

A título pessoal o príncipe Aga Khan, do Imamat Ismaili, também contribuiu com meio milhão de euros e o treinador André Villas Boas do Shangai Sipg com cem mil euros. 
 No campo da alimentação foram vários os casos que foram sendo conhecidos através da comunicação social que, por sua iniciativa, recolheram produtos de higiene e de bens essenciais e se deslocaram até à zona fustigada pelos incêndios. 

No Facebook, José Alves dos  Escalos do Meio, lançou o repto e reuniu dez toneladas de alimentação e bens que chegaram a Pedrógão através de um camião TIR.