Agência do Medicamento. Governo bloqueia acesso ao site da campanha por Lisboa

Site que continuava online apesar de a candidatura nacional ainda não estar decidida deixou de estar acessível ao público 

O site oficial da candidatura de Lisboa à Agência Europeia do Medicamento deixou nas últimas horas de estar disponível ao público. Como o SOL noticiou no passado fim-de-semana, uma semana depois de o governo ter decidido reabrir o dossiê da candidatura nacional a sede da EMA, incluindo o Porto no processo de decisão, a campanha por Lisboa continuava em marcha na internet. No site lançado pelo governo em junho apresentavam-se as vantagens da EMA ser instalada em Lisboa e não havia referências ao Porto.

Agora, ao visitar o site emainlisbon.eu, o endereço passou a solicitar um login para poder ser consultado o conteúdo. Até ao momento, o ministério da Saúde não forneceu qualquer explicação sobre o sucedido, informando apenas que não serão feitos comentários enquanto a comissão incumbida de analisar o processo não iniciar trabalhos. Uma decisão final sobre a candidatura, que até já tinha tido um voto unânime do parlamento em maio, é esperada agora até ao final de julho, altura em que termina também o período de submissão de candidaturas a nível europeu.

Há 20 países interessados em receber a Agência Europeia do Medicamento, que emprega perto de 900 pessoas e tem um orçamento anual de mais de 300 milhões de euros. A saída do Reino Unido da União Europeia desencadeou uma corrida acesa cujo desfecho é esperado em outubro, quando os líderes europeus tomarem a decisão final sobre quem fica com as agências até aqui em solo britânico. "Vai ser uma corrida entusiasmante. Sabemos como funciona com a Eurovisão", ironizou na semana passada o chanceler austríaco Christian Kern.

O ministério da Saúde não revelou quanto pagou pelo site agora bloqueado e se haverá duplicação de custos caso o governo opte por candidatar Lisboa. Além desta despesa, a candidatura incerta de Portugal à Agência Europeia do Medicamento já motivou uma despesa na casa de 20 mil euros. Foi este o valor de um estudo encomendado em abril pelo Infarmed à Deloitte para que fosse avaliado o impacto da relocalização da agência para Portugal. O documento não foi tornado público.

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