PS viabiliza audição do ministro da Defesa no parlamento

O Partido Socialista vai aceitar os requerimentos do PSD e do CDS-PP para a ida de Azeredo Lopes à Assembleia

O PS manifestou este sábado a sua preocupação em relação ao roubo de material de guerra em Tancos e assumiu que irá viabilizar os requerimentos do PSD e do CDS-PP para a ida de Azeredo Lopes, ministro da Defesa Nacional, ao parlamento. "O PS não tem nada a opor, está sempre do lado da verdade e dos esclarecimentos, naturalmente que a posição do PS será favorável", declarou à Agência Lusa José Miguel Medeiros, coordenador dos socialistas na comissão de Defesa.

O deputado lembrou ser necessário aguardar por todas as investigações em curso para se poder tirar conclusões, sustentando porém que "o problema não está no ministro". "O PS naturalmente está preocupado com a situação, aquilo que nos compete é ouvir o que o ministro vai dizer sobre o que se passou, que investigações estão a decorrer, e se foram tomadas as medidas adequadas para evitar que situações destas se repitam", disse.

José Miguel Medeiros realçou ainda que o Partido Socialista também não se opõe ao requerimento apresentado pelo PSD para que seja ouvido Rovisco Duarte, o chefe do Estado-Maior do Exército, mas frisou que em primeiro lugar deve ser ouvido o responsável político.

Também o PCP já afirmou que viabilizará a ida de Azeredo Lopes ao parlamento, considerando mesmo que esta deve acontecer "o mais rapidamente possível". "Há que averiguar as circunstâncias em que o assalto ocorreu e o Governo deve informar a Assembleia da República e o país o quanto antes acerca das averiguações. Obviamente que o PCP considera que o ministro da Defesa deve ir à Assembleia da República prestar os esclarecimentos que tiver e que deve fazê-lo o mais rapidamente possível", disse o deputado António Filipe, secundado por João Vasconcelos, deputado do Bloco de Esquerda.

Os requerimentos para a audição de Azeredo Lopes – e no caso do PSD também do Chefe do Estado-Maior do Exército – deverão ser votados na Comissão de Defesa na próxima terça-feira.