Rui Vitória. “Lanço jovens por convicção, não por chavão”

O treinador do Benfica fez a capa da revista “Forbes” na sua edição de julho/agosto, depois dos cinco troféus ganhos em duas temporadas ao comando das águias

Rui Vitória foi a personalidade escolhida pela revista "Forbes" para fazer manchete na sua edição de julho/agosto. A escolha teve por base o sucesso do técnico nas duas épocas que leva ao comando do Benfica, com cinco troféus ganhos – destacando-se obviamente os dois campeonatos, que significaram um inédito tetra para as águias. A aposta na formação, todavia, tem sido a sua grande bandeira.

"Sabemos que trabalhamos muito melhor do que alguns dos clubes mais ricos do mundo, que basta estalarem os dedos e compram o jogador feito. Nós temos de ir descobri-los, fazê-los e trabalhar. Tem sido uma imagem que cola à minha função de treinador, a de lançamento de jovens, mas não faço isso como chavão. Faço por convicção", garantiu o treinador encarnado, realçando a dificuldade inerente à profissão: "Às vezes estamos completamente consumidos por dentro, mas é muito raro um jogador não me ver com o foco direcionado para a frente, sem pensar já no próximo jogo. Costumo dizer que levamos um soco, ficamos abananados um dia, mas no dia seguinte regressa de novo a energia para se atacar o próximo jogo."

O técnico do Benfica é frequentemente elogiado pelos jogadores que já orientou na carreira, sendo muitas vezes exaltado o seu lado humano e a gestão das relações. E Rui Vitória dá uma justificação para tal. "Conheço os meus jogadores de cor. Costumo dizer-lhes que só pelo olhar deles sei o que estão a pensar. Às vezes as pessoas confundem isto com 'devem andar todos aos abraços e jantaradas'. Não é nada disso. Tenho é de ter conhecimento. Conhecemos o agregado familiar todo, como é a vida de cada um dos jogadores. Sabemos, não no sentido da espionagem, mas no sentido de perceber o contexto familiar. Se os nossos bebés não nos deixam dormir, os filhos dos jogadores deixam que eles durmam?", sublinhou.