Banhistas continuam a ignorar sinais na Praia Maria Luísa

O desmoronamento parcial de uma falésia que matou cinco pessoas há três anos e os avisos de perigo de derrocada na Praia Maria Luísa não desencorajam alguns banhistas que continuam a apanhar sol junto à mesma arriba.

na zona nascente da praia, onde em 2009 ocorreu o acidente, são muitas as pessoas que aproveitam os recantos junto às arribas para gozar o sol e o mar.

entre o que resta do penedo que esteve na origem do acidente e as arribas que o rodeiam, teresa lebre reconhece ter visto os sinais de perigo e recordar-se das notícias de então, mas desvaloriza o risco: «se cai e estivermos aqui, pois claro que é perigoso! mas toda a gente está aqui e pensamos que não há assim tanto perigo que isto vá cair em cima de nós».

perto da sombra de uma arriba está também domingos rosado e a mulher, de férias no algarve, que dizem escolher locais menos perigosos normalmente.

«não é hábito. normalmente apanhamos um pouco de sol e trazemos chapéu-de-sol. a nossa presença na praia é sempre mais ou menos a andar. estar aqui agora é uma situação pontual porque viemos por uma hora e não valia a pena trazer o chapéu», afirma.

«houve um acidente nesta zona há uns anos e evidentemente que sempre pensamos nessa situação, embora a praia até esteja bem sinalizada em termos de perigo», acrescenta.

mais perto do mar está nuno conde e a família que, apesar de se recordar da derrocada de 2009, não sabia que se tinha dado naquela praia.

«não sabia do perigo. desci as escadas e não estava lá nada a indicar», diz, acrescentando que se afastou das arribas exactamente por se preocupar com a segurança da família.

perto de uma arriba assinalada com sinal de perigo, um grupo de jovens espanhóis também não estão preocupados: «se soubesse [do acidente] teríamos ficado mais afastados», esclarece um dos jovens, sérgio mas, admitindo ter visto os sinais.

desde 2009, a administração da região hidrográfica do algarve já procedeu a 40 derrocadas controladas com vista à antecipação de desmoronamentos naturais e foram colocadas 200 placas informativas de risco em 75 praias algarvias a par de 200 tabuletas de indicativas de arriba.

lusa/sol