Governo avança com plano de contingência para enfrentar seca

“A situação é gravísissima”

Em declarações à TSF, o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, explica que vai ser elaborado um plano de contingência para enfrentar a seca e evitar que haja consequências mais graves a meio do verão.

"É preciso tomar medidas de contenção de consumos, criar regras e sobretudo alertar para a situação gravíssima que estamos a viver", explica Carlos Martins.

No final de junho, cerca de 80% do território estava em seca severa, e 18 das 60 barragens do Continente iniciaram o verão com menos de metade da água que conseguem armazenar normalmente.

"De uma forma geral no país há motivos de preocupação e sobretudo na Bacia do rio Sado o caso já é mesmo muito preocupante", admite o secretário de Estado.

Carlos Martins sublinha também que é preciso definir prioridades, acrescentando que "ninguém iria perceber que andássemos a regar rotundas numa altura em que há restrições de abastecimento à população ou ao gado. As rotundas não ficam com a mesma beleza… mas não são prioritárias".

Depois de um inverno com pouca chuva, a primavera também foi muito quente, seca e com uma chuva que apenas correspondeu a 75% do valor médio histórico para estes meses do ano.

O último boletim climatológico sazonal do IPMA revelou que a primavera deste ano foi a terceira mais quente desde 1931, dando conta de um aumento significativo da seca, especialmente nas regiões do Norte e Centro do continente.

De acordo com o IPMA, a temperatura média do trimestre (março, abril e maio) foi superior ao normal e o valor da temperatura máxima do ar foi o segundo mais alto desde 1931.

No que diz respeito à precipitação, o IPMA indica que o valor médio no trimestre foi inferior ao valor médio correspondendo a 75% do valor normal.