Geringonça contra demissões no governo

Loureiro dos Santos defende que o assalto em Tancos “é uma situação triste” e revela “amadorismo”

O presidente do PS, Carlos César, defendeu ontem que “quem apenas propõe demissões como alternativa neste processo é porque não sabe o que é preciso empreender e fazer”. 

César respondia aos pedidos de demissão feitos por Assunção Cristas. A líder do CDS pediu a substituição dos ministros da Defesa e da Administração Interna e defendeu, neste sábado, que a demissão de dois generais “sinaliza que tivemos razão quando o CDS pediu a demissão do chefe do Estado-Maior”.

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, também defendeu, em relação ao caso de Tancos, que “vir a correr pedir demissões sem querer saber o que aconteceu e sem debater a política que há para a defesa (…) não é seguramente o que faz o bom trabalho ao país”. Jerónimo de Sousa defendeu que “há responsabilidades outras a apurar”, mas “nem Passos, nem Cristas, nem a política de direita de anos e anos podem passar impunes desta situação e do apuramento das suas responsabilidades”. 

Há um certo amadorismo

O ex–ministro da Defesa Loureiro dos Santos, em declarações ao i, defendeu que “não há responsabilidades políticas, porque tudo isto se passa no domínio operativo, isto é, na maneira de as coisas funcionarem”. Loureiro dos Santos defende que “essa é uma responsabilidade dos militares, e não dos políticos”.

O general Loureiro dos Santos defende ainda que é preciso apurar responsabilidades, porque existiram “falhas” na segurança. “É uma situação triste, é uma situação negativa, porque de certa maneira revela que há um certo amadorismo, mas isso, infelizmente, acontece.”