EUA. Informação sensível da Rússia sobre Hillary encantou Trump Jr.

Filho do presidente revelou troca de emails que confirma promessas de apoio dos russos

“I love it”. Foi desta forma que reagiu Donald Trump Jr., minutos depois de receber um email de um ex-jornalista britânico e amigo da família dos tempos em que os Trump colaboravam no concurso de modelos Miss Universo, e que dava conta de uma oferta de “documentos oficiais e informação que pode incriminar Hillary e as suas interacções com a Rússia”, oriundos de alguém com ligações ao Kremlin. 

Perante o esclarecimento do intermediário Rob Goldstone de que aquilo que os russos lhe estavam dispostos a fornecer, mediante um encontro a agendar, era “obviamente informação sensível e de alto nível”,  que deveria ser entendida pela campanha republicana às eleições norte-americanas como “parte do apoio da Rússia e do seu governo ao Sr. Trump”, o filho mais velho do presidente dos EUA não vacilou. “Se é aquilo dizes, adoro, especialmente mais tarde no verão”, foi a resposta mais completa que deu, igualmente por email, e que vem incluída na sequência de mensagens eletrónicas divulgadas pelo próprio, esta terça-feira, no Twitter, face às revelações que o “New York Times” foi fazendo nos últimos dias sobre o escândalo.

No comunicado que acompanhou a revelação do conteúdo dos emails trocados, Trump Jr. diz que o fez em nome da “transparência” e garante que apenas aceitou encontrar-se com advogada russa Natalia Veselnitskaya, porque pensava tratar-se de um caso normal de ‘opposition research’, uma prática comum de investigação política nos EUA, tendo em vista a pesquisa e revelação de informações inconvenientes sobre os adversários. Para além disso, o filho mais velho do presidente refere que aquela não era “funcionária do governo”, pese Goldstone referir-se à jurista, na troca de emails, como a “advogada do governo russo”.

 

Donald Trump Jr. encontrou-se então com Veselnitskaya no dia 9 de junho de 2016, na Trump Tower, em Nova Iorque – juntamente com o cunhado Jared Kushner e com o ex-diretor de campanha Paul Manafort – mas revelou que a mesma não fora suficientemente interessante, devido às “afirmações vagas, ambíguas e sem sentido” da jurista russa.

O conteúdo e divulgação dos emails trocados entre o filho do presidente dos EUA e Goldstone são a primeira confissão pública de um elemento do clã Trump de que os russos colaboraram ou tentaram colaborar com os republicanos, para ajudar Donald Trump a vencer as eleições norte-americanas, algo que tem sido negado de forma veemente desde que o FBI abriu o inquérito para averiguar a suposta interferência de Moscovo no ato eleitoral.