Lisboa. Despesas das famílias disparam face ao resto do país

O valor da despesa anual média da área metropolitana de Lisboa ultrapassa os 23 mil euros. 

As famílias que vivem na área metropolitana de Lisboa gastam mais do que o resto do país. Os dados foram revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e diz ainda que, enquanto as despesas médias dos agregados familiares em Portugal baixaram quando comparadas com os gastos de há cinco anos, na capital subiram.

Segundo os dados do inquérito às despesas das famílias em 2015/2016, os gastos para viver em Lisboa ultrapassaram os 23 mil euros por ano, enquanto a média nacional fixou-se nos 20 mil euros. Face ao período de 2010/2011, registou-se um aumento de 3,4% nas despesas das famílias na área metropolitana de Lisboa, enquanto a média do país caiu ligeiramente (0,1%, o equivalente a menos 28 euros por ano).

Olhando para o resto das regiões, verifica-se que é nos Açores que as despesas anuais são mais baixas. Nesta região as despesas baixaram 4,3% (a maior queda do país) quando comparadas com os gastos de há cinco anos.
Já no Alentejo as despesas dos agregados familiares subiram 6,1%, para 17798 euros por ano. No entanto, o Alentejo mantém-se como a região de Portugal continental onde os gastos são mais baixos.

Habitação com maior peso

Tendo em conta a estrutura dos gastos das famílias em Portugal, verifica-se que 60% da despesa vai direta para habitação, alimentação e transportes. A habitação justifica 31,9% dos gastos, os produtos alimentares e bebidas não alcoólicas pesam 14,3% na despesa e os transportes mais 14,1%.

Em Lisboa esta proporção mantém-se, mas na região da capital os gastos com a habitação têm um peso mais elevado do que na média do país: 32,7% do total da despesa das famílias. Só na Madeira e nos Açores é que este peso é maior (34% e 37,2%, respetivamente).

O INE chama ainda a atenção para a redução da importância das despesas com restaurantes e hotéis (menos 1,6 pontos percentuais entre 2010/2011 e 2015/2016) e com lazer, recreação e cultura (com menos 1,1 pontos). 
Os dados revelam ainda que, mais de três quartos dos agregados familiares em Portugal (76,0%) tinham automóvel, ou seja, um aumento de quase cinco pontos percentuais em cinco anos. Já a bicicleta era um meio de transporte detido por quase 40% das famílias portuguesas, “uma proporção significativamente diferente” daquela relativa a ciclomotores (7,8%) e motociclos (6%).