EDP. Lucros recuam 5% para 450 milhões no primeiro semestre

Esta quebra deve-se, em parte,  ao contexto operacional “severo”, que ditou uma queda acentuada da produção hidroelétrica.

Os lucros da EDP recuaram 5% para 450 milhões de euros no primeiro semestre face a igual  período do ano passado. De acorco com a empresa liderada por António Mexia, o resultado líquido foi afetado por “um contexto internacional muito mais severo, marcado por uma baixa produção hídrica e preços spot muito elevados” face ao primeiro semestre de 2016 “muito chuvoso e com preços muito baixos”, revelou em comunicado à CMVM.

O EBITDA da energética portuguesa atingiu os 1902 milhões de euros, recuando 8% face a 2016. Mas considerando apenas  o mercado ibérico, o EBITDA caiu 22% para os 868 milhões no primeiro semestre, uma queda que a EDP justifica com “a escassa hidraulicidade” e com “os preços ‘spot’ elevados”, que levaram à “extinção dos ganhos com gestão de energia” e à “severa penalização da produção hídrica, incluindo a produção da nova capacidade hídrica”.

Impostos

Os resultados antes de impostos totalizaram os 829 milhões de euros na primeira metade do ano, o que compara com os 915 milhões verificados em igual período do ano passado. Entre janeiro e junho deste ano, a empresa liderada por António Mexia pagou 119 milhões de euros em impostos (-51% em termos homólogos) e mais 67 milhões a título de contribuição extraordinária sobre o setor energético (+15% em termos homólogos).

A capacidade instalada do grupo EDP subiu 7% em termos homólogos, para os 26,2 gigawatts (GW) até junho, um desempenho “impulsionado pela adição de nova capacidade hídrica em Portugal (+988 megawatts) e eólica (+704 megawatts, essencialmente nos Estados Unidos e no México)”.

Os custos operacionais da EDP aumentaram 54 milhões de euros para os 813 milhões até junho, um desempenho “suportado pelo efeito cambial (+42 milhões de euros) e pela expansão de ‘portfolio’ (+6% em termos médios)”.

A dívida líquida passou dos 15,9 mil milhões de euros em dezembro de 2016 para os 16,9 mil milhões de euros em junho de 2017, uma subida que foi “impulsionada pelo pagamento anual de dividendos (+0,9 mil milhões), pelo pagamento do IVA não recorrente, a recuperar até ao final de 2017 (+0,3 mil milhões) e pelo pagamento de imposto relativo às securitizações efetuadas durante 2016 (+0,3 mil milhões)”.

Venda da rede de gás em Espanha

A elétrica portuguesa revelou ainda que concluiu a venda de 100% da Naturgas, empresa de distribuição de gás em Espanha, por cerca de 2,6 mil milhões de euros.

Esta operação resulta “numa redução de cerca de 2,3 mil milhões de euros da dívida líquida da EDP no presente ano e numa mais-valia líquida total de cerca de 700 milhões de euros, dos quais 500 milhões de euros a ser contabilizados já este ano e o montante remanescente nos cinco anos seguintes”.

A empresa de distribuição de gás em Espanha foi vendida a um consórcio de investidores composto por investidores institucionais assessorados pela J.P. Morgan Asset Management, pelo Abu Dhabi Investment Council, pelo Swiss Life Asset Managers e pela Covalis Capital.