Daniel Oliveira. ‘No dia em que o PS conseguir maioria absoluta, a geringonça acabou’

Deixou a política partidária, mas apela ao Bloco e ao PCP para não terem medo do sucesso da ‘geringonça’. Quer uma Europa sem euro.

Considera o centro como uma centrifugadora de partidos. Porquê?

Porque, hoje, é aquilo que ele é. Hoje. Para mim foi sempre um não-lugar político, mas antes havia um consenso: o Estado social como ferramenta para garantir a paz social e manter a distância do perigo comunista, e que o instrumento para esse Estado social era a construção do bloco europeu. O consenso estava aí, nas duas grandes famílias europeias, a social-democracia e a democracia-cristã.  

E Portugal insere-se aí?

Portugal será sempre um caso esquisito porque tem um objeto político esquisito: o PSD. Do ponto de vista político é muito difícil de catalogar, mas por facilidade pode incluir-se na família da democracia-cristã, com outras pequenas especificidades. 

E o que matou esse consenso? 

É um processo que começa no final dos anos 70, com a ruptura à direita de Margaret Thatcher, continua com a queda do Muro de Berlim que significava o fim do risco comunista, e concluiu-se com uma alteração do projeto europeu, que começou em Maastricht. 
 

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