Considera o centro como uma centrifugadora de partidos. Porquê?
Porque, hoje, é aquilo que ele é. Hoje. Para mim foi sempre um não-lugar político, mas antes havia um consenso: o Estado social como ferramenta para garantir a paz social e manter a distância do perigo comunista, e que o instrumento para esse Estado social era a construção do bloco europeu. O consenso estava aí, nas duas grandes famílias europeias, a social-democracia e a democracia-cristã.
E Portugal insere-se aí?
Portugal será sempre um caso esquisito porque tem um objeto político esquisito: o PSD. Do ponto de vista político é muito difícil de catalogar, mas por facilidade pode incluir-se na família da democracia-cristã, com outras pequenas especificidades.
E o que matou esse consenso?
É um processo que começa no final dos anos 70, com a ruptura à direita de Margaret Thatcher, continua com a queda do Muro de Berlim que significava o fim do risco comunista, e concluiu-se com uma alteração do projeto europeu, que começou em Maastricht.
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