De Albufeira a Vilamoura há muito mais que noites loucas

Quem pensa em Albufeira no mês de agosto começa já a imaginar ingleses rosados a dançarem seminus em cima dos balcões dos bares. Mas o i garante que há vida além desta loucura. Aliás, há praias com pouca gente, restaurantes de peixe fresco e bares que vendem sumos de fruta. Para pena dos ingleses, que…

1. Bar Liquid Lounge

Não sou muito de cocktails, confesso. Mas aqui não me dão hipótese. “Se não gosta de bebidas doces, aqui vai uma que tem um pouco de tudo: o doce, mas também o azedo e o amargo. Como um beijo”, explica o barman. Chama-se “Fresh Kiss” e leva sumo de toranja, cardamomo, gin e água tónica. Está visto que no topo do Salgados Vila das Lagoas não falta originalidade. “Mom, Can I Drink” ou “Tommy, Please Don’t Smoke” são nomes que se juntam aos clássicos mojitos, caipirinhas e daiquiris que ajudam a criar o cenário ideal para um pôr-do-sol com vista privilegiada para a praia dos Salgados. Continuamos a preferir a companhia de um copo de vinho, mas vale a pena subir até ao topo do edifício só para apreciar a mestria desta equipa em fazer ciência dentro de um copo.

Rua Boca Da Alagoa, Salgados Vila Lagoas, Albufeira

 

2. Restaurante Grelha do Ti Manel

Aqui não há hipótese, o peixe é mesmo o rei. Pela grelha deste restaurante que foge ao circuito dos mais conhecidos passa de tudo, desde que esteja garantido que é do dia. Há salmão, sardinha, safio, cavala, robalo, lulas e bicuda, que podem vir simplesmente grelhados com batata a murro e salada ou, numa opção mais arrojada, todos juntos no famoso rodízio de peixe que faz com que esta sala esteja quase sempre cheia no verão. Aliás, com 18 anos de portas abertas, só dezembro é dedicado ao descanso do pessoal. Mas calma, já que a grelha está quente também por lá passam bons nacos de carne. Para esse departamento estão destacados o lombo, o borrego, o frango e black angus.

Estrada da Galé, Vale Rabelho, Albufeira

 

3. Restaurante Evaristo 

Quando à porta de um restaurante o sufixo do “desde” é um ano da década de 80, tudo se conjuga para que a experiência seja incrível. Há 30 anos que no Evaristo só entra peixe do mar. “Somos o único do Algarve a fazer isso e arrisco-me a dizer que um dos poucos do país inteiro”, garante Jorge Gonçalves, gerente desta casa há 24 anos. São estas certezas que dão à equipa o à-vontade para eliminar as ementas individuais ou os menus afixados na parede. Aqui, o cliente levanta-se e vai à montra escolher o peixe. Hoje é dia de pargo, robalo, dourada, cantaril ou linguado. Seja qual for a escolha, a certeza é que chega à mesa escalado e só é desfiado em frente ao cliente. Tudo isto acompanhado com batata temperada com azeite, alho e ervas.

Praia do Evaristo, Albufeira

 

 4. Praia de São Rafael

Sabem aquelas placas de madeira a indicar as distâncias e que agora estão em todo o lado? Pois é, aqui também as há. Mas neste caso apontam todas para o areal e são precisos poucos metros para chegar ao destino. Se seguirmos as setas, sabemos que nesta praia há caiaques, massagens, cocktails, seafood e stand up paddle. Em plena hora de almoço, as pessoas dividem-se por estas atividades ou pela sombra dada pelo bar de praia, onde estão mais três avisos importantes: água do mar a 21 graus, cá fora 34 e ondulação com menos de um metro. Perfeito!

Albufeira

 

5. Praia de Santa Eulália

Não é uma praia grande, mas nem em pleno mês de agosto se enche de gente, e ainda bem. Está montado o cenário ideal para quem procura um spot abrigado do vento, com águas calmas e areal para jogar raquetes sem o risco de a bola interromper a sesta de alguém.
Quase que a servir de vigia a este pequeno paraíso pouco dado a confusões está Manuela Bexia, que há 37 anos abriu “O Pescador” para servir peixe fresco a quem por lá passa. Mas aqui não são só os pratos que contam histórias. Nas paredes há fotografias de quem por lá passou ao longo dos anos, com lugar cativo para um convidado especial. Ricardo, o ex-guarda-redes da seleção, passa sempre férias na praia de Santa Eulália e por lá já deixou duas camisolas autografadas, devidamente encaixilhadas por Manuela.

Albufeira

 

6. Bar Jardim na Villa

O chão é feito de relva e o espaço é dividido subtilmente com a ajuda de arbustos e paletes de madeira. Há baloiços pendurados nas árvores, candeeiros a dar luz de presença, pufes e cadeirões. Tudo isto com um grande pôr-do-sol à frente. O Jardim na Villa fica junto ao Praia na Villa, o restaurante do chefe Olivier. Mas não é por isso que deixa de oferecer os seus próprios petiscos. Num sistema de grab and seat, o cliente escolhe entre os balcões de saladas, pizzas ou hambúrgueres e espera que o alarme dê sinal que o pedido está pronto a ser levantado. Este projeto tem sotaque do norte, até porque conta com os sócios do Fé Wine & Club, no Porto. Mas o ator Pedro Teixeira é também um dos sócios e, por isso, além de cocktails, é capaz de até ao fim de agosto encontrar por lá várias caras conhecidas.

Rua da Estalagem, Vilamoura

 

7. Restaurante Quarenta e 4

A casa-mãe deste espaço era um número 44 em Matosinhos. Mudou de poiso, mas nem por isso de conceito. Além do nome, mantém um menu pouco dado a limites. Aqui é possível encontrar pratos tão tradicionais como polvo com batata doce ou arroz de tamboril e gambas como opções internacionais. “Vamos seguindo as tendências”, explica ao i Paulo Silva, um dos três sócios do espaço. É por isso que, se o ano passado a aposta forte foi no sushi, este ano, o foco vira–se para os ceviches e as carnes maturadas. Aberto até à meia-noite durante os meses de julho e agosto, é normal que a carta vá para além da comida. Aliás, a revista “Wine – Essência do Vinho” já o classificou como um dos restaurantes com melhor carta de vinhos.

Marina de Vilamoura

 

8. Bar Jungle Juice

Parece que de repente entramos num pomar. O cheiro a fruta sobrepõe-se a tudo o resto e, a par da música reggae e da cama de rede montada na esplanada, está criado o cenário perfeito para um fim de tarde cheio de saúde. Estamos em Quarteira, bem perto do epicentro da noite algarvia, mas aqui não há espaço para mojitos, caipirinhas ou daiquiris. Das mãos destes dois barmen só saem sumos de fruta fresca, sempre feitos no momento. Antes de chegar ao menu afixado na parede, Marco Sancadas, que se juntou ao irmão Ricardo para abrir este negócio que tem apenas quatro meses, fartou-se de misturar em casa os ingredientes mais improváveis. Mas, da lista final, aponta o preferido: abacaxi, maçã, laranja e hortelã.

Rua do Leste, Edifício Maré Viva, Quarteira