O HIV/SIDA já não é a principal causa de morte em África

Assiste-se a uma mudança de tendência nas principais causas de morte em África

O HIV/SIDA já não é a principal causa de morte no continente africano, mas a boa notícia não deve ser sobrevalorizada. A doença mantém-se no topo das principais causas de morte em África, mas agora em segundo lugar, quando antes se encontrava no primeiro.

A nova estatística de causas de morte em África, elaborada pela organização “Africa Check”, indica que no topo da lista estão as infecções do trato respiratório. As doenças mais comuns nesta categoria são a bronquite e a pneumonia, responsáveis por 16% da mortalidade de crianças abaixo dos cinco anos a nível global.

Em 2015 o vírus HIV/SIDA causou 760 mil mortes, quando em 2010 foram cerca de um milhão. A educação e prevenção da doença foram uma das razões para que esta tenha deixado de ser a principal causa de morte em África.

A terceira principal fonte de mortalidade no continente são as doenças diarreicas causadas por infecções virais, bacterianas e parasitárias. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano, 88% das mortes desta categoria ocorrem por falta de condições sanitárias e por inexistência de água potável.

A quarta causa são os acidentes vasculares cerebrais (AVC). Nos últimos cinco anos os AVC aumentaram no continente africano, de 406.595 (4,4% das mortes totais em África) para 451.000 mortes (4,9%) em 2015, segundo a “Africa Check”.

A mudança de tendência da mortalidade para as causas de morte mais tradicionais, associadas aos países desenvolvidos, dever-se-á manter. Esta alteração provém do aumento da urbanização e de um melhor acesso a cuidados de saúde por parte das populações.

Relembre-se, porém, que em 2015 na África Ocidental, nomeadamente na Guiné, Libéria, Serra Leoa, Nigéria, Senegal e Mali, ocorreu um surto do vírus do ébola, causando milhares de mortes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) caracterizou o surto como epidemia e várias organizações não-governamentais, como, por exemplo, os Médicos Sem Fronteiras, estiveram no terreno a combater o surto do vírus. Em janeiro de 2016 o surto de ébola foi oficiamente dado como extinto.