Braga vira para a fase de grupos, Marítimo ainda pode acreditar

Minhotos foram à Islândia vencer por 2-1, depois de terem estado a perder, enquanto o 0-0 caseiro frente ao Dínamo de Kiev mantém o sonho vivo para os madeirenses. Em Milão, André Silva deu um recital

A primeira mão do play-off de acesso à fase de grupos da Liga Europa foi sorridente para as cores nacionais. E até nem parecia: ao intervalo do jogo da Islândia, entre o Hafnarfjordur e o Braga, os minhotos perdiam por 1-0, mercê de um excelente golo de Bjornsson aos 40 minutos, mas fruto também de enorme passividade da defensiva bracarense. Um resultado que, aliado à diferença teórica de nível entre o Marítimo e o Dínamo de Kiev, augurava uma quinta-feira negra para as equipas portuguesas.

Tudo acabou por virar. Os bracarenses, já sem Rui Fonte – ontem apresentado oficialmente pelo Fulham, da segunda divisão inglesa –, eleveram a qualidade do seu jogo após o descanso. Na primeira parte, também é preciso referir, tiveram uma enorme ocasião, com um livre de Jefferson na trave da baliza islandesa. Mas foi só. Já no segundo tempo foram várias as oportunidades, fruto também de uma clara mudança de atitude, com a equipa a pressionar mais alto – quando assim é, o golo fica mais perto de acontecer.

De rajada, duas ocasiões nos pés de Bruno Xadas e Hassan. E o empate chegaria mesmo aos 62’, já depois de Hassan ter saído de maca após levar um pontapé na cara na área islandesa – o árbitro não considerou falta… Chamado à última hora à titularidade para suprir a ausência de Rui Fonte, Paulinho, uma das figuras da última edição da II Liga, apresentou credenciais, apontando o golo do empate numa jogada de insistência na área do campeão islandês.

Um quarto de hora depois, Stojiljkovic, que havia substituído Hassan, concluiu com eficácia uma jogada iniciada e conduzida por Fransérgio, consumando a reviravolta. As portas da fase de grupos ficaram abertas de par em par para os comandados de Abel.

Numa posição menos confortável, mas que permite igualmente sonhar com o acesso à próxima fase, está o Marítimo. Contrariando todas as expetativas iniciais, os madeirenses deram uma excelente réplica nos Barreiros, perante um Dínamo de Kiev habituado a jogar na Liga dos Campeões. O 0-0 final deixa tudo em aberto para a segunda mão, na Ucrânia.

A goleada do dia ficou a cargo do AC Milan: 6-0 ao modesto Shkendija, da Macedónia. E com um português como rei da festa: André Silva bisou e ainda esteve em mais um golo – na verdade falhou o remate, mas acabou por assistir inadvertidamente Borini para o momentâneo 4-0. Só uma hecatombe poderia agora tirar os Rossoneri da fase de grupos. Dos outros portugueses em ação, só Bruno Vale e João Pedro puderam festejar: a jogar em casa, o Apollon venceu o Midtjylland por 3-2 com os dois lusos no onze. O AEK de Atenas de Hélder Lopes, André Simões (ambos titulares) e Hugo Almeida (não saiu do banco) arrancou um 0-0 no terreno do Club Brugge, num resultado que também se pode considerar positivo. Pior fizeram o Panathinaikos, de Nuno Reis, derrotado em casa pelo Atlethic Bilbau (2-3 depois de ter estado a vencer por 2-0); e o Légia, de Hildeberto Pereira, que permitiu um empate 1-1 na receção ao Sheriff Tiraspol, da Moldávia, no minuto 87. Realce ainda para a derrota caseira do Ajax, finalista vencido da última edição: 0-1 perante o Rosenborg.