Paulo Vistas. ‘Isaltino é mestre na teoria da conspiração e da difamação’

O antigo número 2 de Isaltino que passou a número 1 da câmara diz que quer ganhar Oeiras outra vez. Do antecessor, diz-se ‘magoado’.

Como olha para estas duas semanas de polémica autárquica à volta do seu concelho de Oeiras?

Eu queria dizer que apesar de todas as vicissitudes em torno da aprovação, por parte do tribunal, das candidaturas independentes, felicito todos aqueles que se apresentam a estas eleições autárquicas. O meu combate sempre foi para fazer nas urnas e ganhar nas urnas. Não tive rigorosamente nada a ver com o processo em questão e que a tentativa, por parte de Isaltino Morais, de me ligar à decisão do tribunal visava somente contaminar o debate. Os tribunais são independentes e têm mecanismos para assegurar a imparcialidade, nomeadamente a utilização de recursos.

Mas foi o que essas candidaturas independentes [incluindo a de Isaltino Morais] fizeram.

Precisamente, fizeram aquilo que qualquer candidatura teria feito: recorrer. Mas não deixo de dizer que houve uma tremenda falta de eficácia na candidatura de Isaltino Morais em matéria burocrática, bem contrastante com a preocupação que revelou com outras candidaturas, incluindo a nossa. Já é público, aliás, que mandou mais do que uma vez a PSP fazer verificações. Isaltino aproveitou e bem – com o seu peso mediático – a teoria da conspiração e a difamação, onde ele é mestre, para pressionar o tribunal.

Quando soube concretamente que era o juiz Nuno Cardoso [de quem é padrinho de casamento] a fiscalizar as candidaturas a Oeiras?

Eu não tive qualquer contacto com o juiz. A relação que tenho com ele, de facto, existe, e é idêntica até à que o próprio Isaltino Morais também tem. Basta ver o livro de campanha de 2005 de Isaltino e as fotografias do juiz – que na altura não era juiz – com ele. Todos nós o conhecemos dessa altura, do PSD, e ele quando enveredou pela carreira de magistratura saiu. Desde aí que, naturalmente, a relação esfriou, mas o que não se pode vir fazer é dizer que a decisão do juiz foi diferente por causa disso. O juiz foi independente, é independente. O que não mudou foi a atitude de Isaltino Morais, de difamação e insinuação.

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