S. Fiel, o histórico colégio jesuíta que ardeu nos fogos

Antigo colégio jesuíta de São Fiel, no sopé da Serra da Gardunha, em Castelo Branco, «ardeu na sua totalidade» e o processo de recuperação complicou-se

As chamas destruíram outro edifício histórico, no caso um antigo colégio jesuíta da segunda metade do século XIX que estava desactivado, e cuja recuperação estava prevista no âmbito do programa Revive. Situado na aldeia de Louriçal do Campo, concelho de Castelo Branco, o colégio de São Fiel foi invadido no final da tarde de quarta-feira pelas chamas que lavravam na Serra da Gardunha.

O presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, referiu que antes que o incêndio fosse dominado, o edifício, que estava fechado e abandonado, «ardeu na totalidade». O autarca notou ainda que se trata de «um património importante para a freguesia, que marcou a sua história», e adianta que depois de ter sido consumido pelas chamas, o processo da sua recuperação poderá complicar-se. O colégio está integrado no programa Revive, lançado pelos ministérios das Finanças, Cultura e Economia, que prevê a concessão a privados de imóveis históricos degradados para que sejam recuperados.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o padre José Júlio Pinheiro, presidente da Comissão da Pastoral da Cultura da Diocese da Guarda, lamentou a perda de «mais um marco» do património religioso do país.

Aquele responsável recordou que o Colégio de São Fiel «tornou-se célebre» por ter sido frequentado por figuras como António Egas Moniz, o primeiro Prémio Nobel português, na área da medicina.

O colégio de São Fiel, em Louriçal do Campo, estendeu a sua atividade entre 1863 e 1910, altura em que foi extinto devido à confiscação dos bens da Igreja Católica após a implantação da República. Nas décadas seguintes, funcionou ainda como reformatório para crianças e adolescentes confiados à guarda do Estado, até ser definitivamente desativado.