Orçamento. “Não vamos armados em campeões”, diz Jerónimo

Secretário-geral do PCP afirma que o “atual prestígio do governo não foi por mérito próprio”

O secretário-geral do PCP garante que os comunistas não vão para as negociações sobre o Orçamento do Estado para 2018 “armados em campeões”, mas tudo farão para “manter esta linha estratégica”.

“Não vamos para ali com pedras no sapato. Não vamos para ali armados em campeões”, afirmou Jerónimo de Sousa, em Elvas.

O líder comunista admitiu que “possivelmente não vai ser uma batalha fácil” e prometeu que o PCP vai bater-se por “uma melhoria no plano económico, no plano social e no plano de afirmação da nossa soberania, incluindo a nossa soberania orçamental”.

Para o PCP, é decisivo “continuar este caminho, seja em termos da valorização geral dos salários, seja em relação a uma outra política fiscal", nomeadamente através do “aumento do número de escalões” do IRS.

Jerónimo deixou um alerta aos socialistas e garantiu que “o atual prestígio do governo não foi por mérito próprio”, mas “foi, de facto, por ter respondido a alguns anseios mais urgentes dos trabalhadores e do povo”.

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, defendeu hoje que "o Orçamento do Estado é o momento essencial para colocar o crescimento da economia a favor de quem trabalha, de quem trabalhou e de quem quer trabalhar para não permitirmos que o crescimento da economia seja a apropriação de riqueza por uns poucos".

O governo e os partidos que o apoiam retomam esta semana as negociações sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano.