Brasil. Artistas, magistrados e ativistas protestam em defesa de juiz da Lava-Jato

Caetano Veloso, atores brasileiros e grupos de defesa jurídica uniram-se em torno de Marcelo Bretas. 

Artistas, juízes, políticos e procuradores protestaram na noite de quinta-feira em defesa do juiz Marcelo Bretas, o responsável pela investigação da Lava-Jato no Rio de Janeiro, recentemente criticado por um magistrado do Supremo Tribunal que, para além disso, anulou algumas das prisões decididas por ele.

O magistrado do Supremo em causa é Gilmar Mendes, que esta semana ordenou a libertação de Jacob Barata Filho, antigo diretor dos transportes públicos no Rio de Janeiro e cuja prisão foi decidida por Marcelo Bretas. Barata Filho foi também padrinho de casamento da filha de Gilmar Medes. 

“Os artistas são uma parte visível da sociedade”, disse na quinta-feira o músico Caetano Veloso, ao lado de atores como Thiago Lacerda, Lucinha Lins e Paula Burlamaqui, por exemplo. No protesto encontravam-se também várias organizações ativistas e organizações jurídicas. 

“É importante que se saiba que a sociedade está se movimentando. Há uma ameaça à Lava-Jato e ao desfazamento da organização corrupta que insiste em se manter no Brasil”, lançou o músico. 

A oposição entende que Temer, que já foi acusado de corrupção, obstrução de justiça e organização criminosa, mas que, por enquanto, não pode ser julgado por ser presidente, quer abrandar os processos ligados à rede de corrupção na petrolífera do Estado, em que parece ter estado envolvido.

A reviravolta nas prisões, decretada pelo magistrado Gilmar Mendes, acentua esse receio. A Associação Nacional dos Procuradores da República já pediu ação por parte do Supremo Tribunal Federal, e o presidente da Associação de Juízes Federais, Roberto Veloso, reuniu-se também em protesto na quinta-feira. 

Respondendo às críticas de Gilmar Mendes contra Marcelo Bretas – o magistrado disse que "em geral, o rabo não abana o cachorro, é o cachorro que abana o rabo" –, Roberto Veloso disse quinta-feira que o juiz do Supremo "desceu ás raias mais baixas de um comentário a respeito de uma decisão judicial".