PSD acredita que militares combateram fogos sem equipamentos adequados

Militares treinados para combater o fogo já não estavam ao serviço das Forças Armadas no Verão

A falta não é nova. A 2 de julho, o i já noticiara que os cerca de 1300 militares que o governo se comprometeu a treinar este ano para combater o fogo não haviam recebido as unidades de proteção individual que lhes haviam sido antes garantidas pela Proteção Civil. Combateram, nesse sentido, o fogo com farda de combate de guerra e não com os capacetes e botas que resistem ao calor.

Ontem, o PSD questionou por via escrita o ministro da Defesa a propósito da participação do exército no combate aos incêndios.

“Quantos Equipamentos de Proteção Individual para incêndios estavam disponíveis para utilização dos militares do Exército nos incêndios florestais no início da fase Charlie? – Entretanto foram adquiridos e disponibilizados mais equipamentos? – Qual o plano de formação específico dos militares destacados para os incêndios florestais? – Dos militares do Exército que tiveram a formação referida na pergunta anterior, quantos estão efetivamente ainda integrados no Exército no início da fase “Charlie”? – Há militares no teatro de operações dos incêndios sem formação específica ministrada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil?”, são as quatro perguntas lançados pelos deputados do grupo parlamentar do PSD.

Ao que o i apurou, há o receio que parte dos militares que receberam o treino antes da época dos incêndios já não esteja ao serviço do Estado durante a respetiva época. Dito de outro modo: dos 1300 que foram treinados para combater o fogo, teme-se que vários não tenham chegado a combater o fogo, por fim do seu serviço militar.

Em fevereiro deste ano, Constança Urbano de Sousa havia assegurado em entrevista ao semanário “Expresso” que estariam a ser treinados 1300 militares e que haveria “um envolvimento maior e sistemático das forças armadas”, estando “devidamente equipados em operações essenciais de vigilância e rescaldo”.

Duarte Marques, um dos deputados signatários das questões citadas, afirmou ao i que “foi uma irresponsabilidade do governo enviar militares para o terreno sem dar-lhes o equipamento necessário”.