Desemprego estabiliza nos 9,1% e índice de confiança cai

O INE aponta que Portugal terá agora 470,1 mil pessoas sem trabalho e quase 4,7 milhões de empregados, mais 20 mil do que em maio

Pela primeira vez em seis meses a taxa de desemprego não desceu. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelados ontem, o indicador manteve-se em 9,1% em junho e julho deste ano.

“Aquele valor representa uma revisão de mais 0,1% face à estimativa provisória divulgada há um mês e constitui o valor mais baixo observado desde novembro de 2008 (8,9%)”, lê-se no comunicado do INE.

Assim, e de acordo com o organismo oficial de estatísticas, Portugal terá agora cerca de 470,1 mil pessoas sem trabalho e quase 4,7 milhões de empregados.

No que diz respeito ao emprego, os dados do INE apontam para uma subida nos últimos dois meses, aumentando cerca de 20 mil desde maio, atingindo o valor mais elevado desde o verão de 2011. 

Mercado laboral

Segundo o INE, o aumento do emprego observado em julho deve-se às subidas das mulheres (mais 16,6 mil) e dos adultos em geral (mais 13,3 mil acima de 25 anos). Por outro lado, o emprego diminuiu entre os homens (menos 4,7 mil) e entre os jovens (menos 1,5 mil). 

Estes números traduzem uma melhoria das condições do mercado laboral em relação há um ano. Em julho de 2016 havia 559,2 mil pessoas sem trabalho e 4,6 milhões de empregados.

“A taxa de emprego situou-se em 60,2%, tendo aumentado 0,1% em relação ao mês anterior e 0,3% face a três meses antes”, escrevem os técnicos do INE.

Um outro indicador revelado ontem pelo INE também interrompeu a trajetória positiva, esta mais longa.  Desde 2013 que a confiança dos consumidores estava a subir e depois de atingir o valor mais alto dos últimos 20 anos em julho, diminui em agosto. De acordo com o INE, o “indicador de confiança dos consumidores diminuiu em agosto, após ter atingido no mês anterior o valor máximo da série iniciada em novembro de 1997, interrompendo a trajetória positiva desde o início de 2013”.

Expectativas

O organismo oficial de estatísticas justifica a descida com as expectativas negativas em relação à evolução do desemprego e da situação financeira do agregado familiar. 

Já a perspetiva sobre a evolução da poupança e da situação económica do país contribui de forma positiva para o indicador geral da confiança. 

O indicador de clima económico – que em julho também atingira o máximo desde 2002 – caiu no mês passado. Apesar de ter subido na construção e obras públicas, a confiança diminuiu na indústria transformadora, comércio e serviços. 

“O indicador de confiança da Indústria Transformadora diminuiu em julho e agosto, interrompendo a trajetória positiva iniciada em junho de 2016”, indica o INE.

A subida na construção e obras públicas pôs o índice do setor no valor mais alto desde setembro de 2002. Insuficiente para impedir a queda do indicador de clima económico.