Rangel acusa PS de mortes em Pedrógão

Eurodeputado diz que cortes do Governo resultaram na dimensão da tragédia. Galamba afirma que eurodeputado ‘mente’.

Rangel acusa PS de mortes em Pedrógão

Paulo Rangel acusou ontem o Governo de António Costa de ser o culpado nas mortes do incêndio de Pedrógão Grande, ao dizer que «o caos nos incêndios tem a ver com cortes na Proteção Civil» levados a cabo pelo executivo socialista. O eurodeputado social-democrata, que falava na Universidade de Verão do PSD, lamentou que «para cumprirmos as metas europeias e criar a tal ilusão do Estado salarial, tenhamos criado condições de deterioração, de degradação dos nossos serviços públicos essenciais que já causaram vítimas e não foram poucas».

A resposta do Partido Socialista não se fez esperar, com o deputado João Galamba a dizer que Rangel «mente descaradamente», porque «o único Governo que fez cortes – e muitos cortes –, e os portugueses sabem porque sentiram-nos na pele, foi o Governo que Paulo Rangel apoiou».

«O Estado Social não é só subir rendimentos, é ter o Sistema Nacional de Saúde com serviços decentes, é ter Proteção Civil que garanta que tragédias como a de Pedrógão não ocorram», disse ainda o eurodeputado. O  incêndio de Pedrógão Grande, que depois se estendeu aos concelhos vizinhos, provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.

Galamba considera que o PSD está a «instrumentalizar uma tragédia» porque ficou «sem discurso» e, «como está desesperado, dispara» para todos os lados: «Tivemos o caso dos suicídios, o caso da alegada lista com mortes escondidas e agora temos esta declaração de Paulo Rangel».

«Essa tentativa de tirar dividendos políticos de mortes e de uma tragédia é um momento muito triste na democracia portuguesa e eu espero que o PSD saia desse registo rapidamente para bem de todos nós e do próprio PSD», acrescentou o deputado socialista.

Para João Galamba, «é lamentável que o PSD se acantone nesse tipo de discurso, que é uma falta de respeito para com as pessoas, para com as vítimas e dá uma triste imagem de um partido que é um partido importante na democracia portuguesa».