Parlamento catalão aprova lei para o referendo à independência

Barcelona dá passo na direção da consulta de 1 de outubro. Madrid garante que está a violar a Constituição. 

O Parlamento catalão deu esta quarta-feira um passo importante em direção ao referendo à independência do dia 1 de outubro, ao aprovar a lei que o convoca e enquadra, reforçando a guerra aos tribunais espanhóis que consideram a consulta ilegal e a proíbem.

O documento foi aprovado com caráter de urgência – a forma encontrada pela maioria independentista para contornar as queixas processuais e as quase intermináveis interrupções. A votação deu-se ao início da noite, com 72 votos a favor e 11 abstenções.

Não houve votos contra o documento porque a oposição abandonou a sala do hemiciclo em protesto, naquele que foi o culminar de um dia caótico, passado desde as 10 horas da manhã locais entre insultos, emeaças e acusações de bancada contra bancada.

A aprovação não foi uma surpresa, mas é um passo fundamental para um referendo que o Tribunal Constitucional de Espanha proibe. Na terça-feira, dia de abertura do ano judicial, o magistrado-chefe do Constitucional lançou-se ao processo independentista catalão.

José Manuel Maza garantiu na terça que agirá com mão “firme e estratégica” contra a consulta de 1 de outubro e disse que “ninguém sofrerá por cumprir a lei”, parecendo falar aos Mosos d’Esquadra, a polícia catalã sobre quem cairá a decisão de permitir ou interditar o voto.