Banca. Espanha admite perder 40 mil milhões de euros de dinheiro público

Em causa o valor injetado em 14 unidades bancárias desde 2009 pelo chamado FROB

Dados do Banco de Espanha relativos a 31 de dezembro de 2016 divulgados ontem em comunicado citado pelo jornal “El País”, revelam que os contribuintes do país vizinho arriscam-se a ver dados como perdidos 40 078 milhões de euros.

Em causa está o valor injetado em 14 entidades desde 2009 pelo FROB (Fondo de Reestructuración Ordenada Bancaria, ou Fundo de Reestruturação Ordenada da Banca). Até ao momento, desses 54 353 milhões de euros apenas 3873 milhões foram efetivamente recuperados, apontando-se a possibilidade de mais 10 402 milhões virem a sê-lo, o que corresponde aos 14 275 milhões de recuperação potencial.

O valor reposto até ao momento nos cofres do Estado é, ainda assim, mais reduzido se forem tidos em conta os dois mecanismos de apoio ao sector financeiro – além do FROB, também o fundo de garantia de depósitos, financiado pela banca.

No total, a estes dois mecanismos a banca foi buscar 64 098 milhões de euros e só recuperou 4546 milhões, podendo estar perdidos 49 150 milhões de euros.

Contudo, estes são sempre valores potenciais de perdas, já que o Banco de Espanha sublinha que “o cálculo definitivo destas contribuições líquidas não pode ser feito até a liquidação final de todos os activos.” É o caso, por exemplo, da venda das participações no BFA (Bankia) e BMN, e a amortização das obrigações contingentes convertíveis (CoCos) no Banco CEISS, que já rendeu entretanto 604 milhões de euros. Somado, o valor conduz aos 10.402 milhões que o Banco de Espanha ainda conta recuperar.