Cientistas criam caneta que deteta cancros em dez segundos

A tecnologia está ainda a ser testada. A ideia é começar a ser aplicada em cirurgias a partir do próximo ano

Ainda não está pronta para ser aplicada em pacientes, mas pouco falta. Um aparelho portátil semelhante a uma caneta, criado por cientistas da Universidade do Texas, consegue identificar tecidos cancerosos em apenas dez segundos, conferindo uma maior facilidade à remoção de tumores. De acordo com os testes publicados na revista científica Science Translational Medicine, esta tecnologia, chamada MasSpec Pen, está correcta em 96% das vezes.

A caneta toca numa zona onde há suspeitas da existência de células cancerosas e liberta uma pequena gota de água. Os químicos dentro das células entram na gota, que é sugada para dentro da caneta para posterior análise. A mesma caneta é depois ligada a um espectrómetro de massa, que analisa a massa de centenas de químicos, e de seguida produz os resultados que indicam se as células avaliadas são saudáveis ou cancerosas.

Segundo conta a BBC, o desafio para os cirurgiões está em encontrar a fronteira entre o tecido canceroso e o tecido normal. Em alguns tumores, a fronteira é óbvia; noutros, porém, os limites entre o tecido saudável e o tecido doente podem ser difíceis de encontrar. Esta caneta, todavia, torna possível que nenhuma célula cancerosa fique por remover.

A tecnologia já foi testada em 253 amostras e vai continuar a ser testada em busca de melhorias, sendo a ideia dos cientistas torná-la possível de ser utilizada em cirurgias já em 2018. Para já, a caneta apenas consegue analisar um pedaço de tecido de 1,5mm, mas os investigadores já desenvolveram canetas ainda mais refinadas que serão capazes de identificar um pedaço de 0,6mm. "Sempre que pudermos oferecer ao paciente uma cirurgia mais precisa, rápida e segura, é precisamente o que vamos fazer e esta tecnologia tem essas três qualidades", referiu James Suliburk, um dos investigadores, à BBC.