São milhares os britânicos que neste sábado se estão a manifestar no centro de Londres contra a saída do Reino Unido da União Europeia, numa marcha que partiu de Hyde Park e acaba em Westminster, junto ao parlamento britânico. O objetivo da manifestação, intitulada “Marcha do Povo”, é o de “unir, repensar e rejeitar” o plano do governo conservador de Theresa May de retirar o Reino Unido da União Europeia (UE) até 2019.
"Passei da raiva à angústia, da fúria ao desespero. Mas desde que as negociações do ‘Brexit’ começaram há uma terceira emoção que eu sinto: vergonha. Vergonha dos líderes do nosso país. Vergonha pelo Reino Unido”, disse Ed Davey, deputado dos Liberais Democratas, diante de vários manifestantes que empunhavam bandeiras da UE, enquanto outros exibiam cartazes com a inscrição “Sair do ‘Brexit'” (“Exit from Brexit”). Houve ainda outros oradores a exigir que os britânicos tenham a hipótese de votar nas decisões do ‘Brexit’ quando as negociações terminarem.
Esta é a segunda edição de uma manifestação com este nome, depois daquela ocorrida a 25 de março deste ano – um evento que mobilizou várias dezenas de milhar de pessoas. Ocorre numa altura em que se debate na Câmara dos Comuns a proposta de lei que revoga a lei de adesão do Reino Unido à Comunidade Europeia em 1973 e que transfere as normas europeias para o direito britânico: a votação, prevista para a próxima segunda-feira, deverá ter o voto contrário da maioria da oposição, incluindo os partidos Trabalhista e Liberal Democrata, o que poderá fazer com que o partido Conservador precise do apoio do Partido Democrata Unionista da Irlanda do Norte para fazer aprovar o texto.
