Volkswagen. Multinacional pondera venda subsidiárias consideradas não prioritárias

CEO afasta fusão entre marca alemã e a  Fiat-Chrysler, dizendo apenas que “são especulações”.

A Volkswagen pondera vender subsidiárias que não considera parte integrante do seu negócio essencial. A garantia foi dada pelo diretor executivo Matthias Müller ao Wall Street Journal, referindo que os investidores têm vindo a reclamar uma separação de partes da multinacional. Ainda assim, o responsável garante que essa exigência não irá determinar as decisões da administração. 

Müller revelou ainda que os planos de desmembramento da multinacional podem atingir subsidiárias responsáveis por cerca de um quinto da atual faturação de 217 mil milhões de euros.

A verdade é que já em março passado, o CEO da marca alemã tinha admitido a eventualidade de um desmembramento do grupo VW e que este era um tema considerado “muito importante”.

Em julho passado, o grupo tentou ver a Ducati numa tentativa de garantir um encaixe que lhe permitisse ajudar a financiar a sua estratégia de refundação num fornecedor de serviços de mobilidade assente, essencialmente, nos automóveis elétrico, mas a decisão foi chumbada. 

Os representantes dos trabalhadores no conselho de supervisão da Volkswagen não aprovarão as vendas da Ducati, da Renk ou da MAN Diesel & Turbo”, referindo que “todos aqueles que puderem olhar para os resultados obtidos pela companhia no primeiro semestre do ano facilmente chegarão à conclusão de que não estamos necessitados de dinheiro, assim como as nossas subsidiárias não estão à venda por tuta-e-meia ou à mercê de caçadores de pechinchas”, revelam, na altura.

Fusão afastada

Müller na mesma entrevista ao  Wall Street Journal afastou os rumores sobre possíveis conversações com vista a uma fusão entre a VW e a Fiat-Chrysler, dizendo que “são especulações”. 

Recorde-se que esta hipótese foi colocada em cima da mesa pelo próprio Sergio Marchionne, homem-forte da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), em março que há muito defende fusões entre fabricantes, como forma de partilhar custos, nomeadamente no desenvolvimento de veículos mais limpos e tecnologicamente avançados. Mas essa solução acabou por ser descartada pelo responsável dias depois.  Ness altura, disse apenas: “se eu estiver certo quanto à necessidade de consolidação e multiplicação da produção, então, acredito que somos o parceiro natural a quem ele primeiro deverá dirigir-se”.