Energia. EDP e Gas Natural poderão estar a caminho de uma fusão

A Gas Natural Fenosa sondou a China Three Gorges sobre a operação, que está avaliada em cerca de 35 mil milhões de euros

Energia. EDP e Gas Natural poderão estar a caminho de uma fusão

A Gas Natural Fenosa sondou a China Three Gorges sobre a eventual criação do maior gigante energético da península Ibérica.

De acordo com o jornal “Expansión”, o presidente Isidro Fainé esteve recentemente na China, onde manteve contactos com os responsáveis do maior acionista da elétrica portuguesa, tendo em vista a possibilidade de criar um grande player no setor energético a nível europeu.

No entanto, a verdade é que esta não é a primeira vez que a ideia aparece em cima da mesa. Em julho, já tinham surgido vários rumores de que haveria negociações em curso entre a Gas Natural e a EDP. Também aqui tudo apontava para uma possível fusão, mas ambas as empresas desmentiram a existência de qualquer contacto formal. 

De acordo com o “Eco”, Isidro Fainé já esteve em Lisboa, há apenas algumas semanas, para um encontro marcado com António Costa. O objetivo maior era conseguir convencer o governo português das vantagens e virtudes de uma fusão entre as duas companhias. 

Segundo a Reuters, está em causa uma operação avaliada em cerca de 35 mil milhões de euros. Falamos da possibilidade de vir a ser criada a quarta maior energética da Europa. 

Recorde-se que em julho, quando ambas as empresas desmentiram que estivesse em cima da mesa a possibilidade de uma fusão, vários analistas anteviram vários problemas. No entanto, o cenário parece agora ser diferente.

De acordo com o “Expansión”, os especialistas preveem o início de um novo processo de consolidação no setor energético europeu, com a probabilidade de a Gas Natural encontrar um parceiro a aumentar de dia para dia. 

Entraves à fusão

Ainda que muitos admitam que esta operação seria positiva para os acionistas e para as próprias empresas, seria de esperar que fossem colocados entraves a nível político, por exemplo. A fusão das empresas eliminaria uma grande companhia de um dos dois países e este cenário poderia levar a “interferências políticas”. 

Já o Haitong Research admite que as notícias que dão conta da existência de negociações entre as duas companhias têm um efeito positivo para a EDP. Como? De acordo com uma nota, uma união entre as duas empresas em questão poderia fazer sentido, uma vez que são complementares na península Ibérica. 

 “Contudo, e isto é um tema-chave para nós, não acreditamos que as autoridade portuguesas aceitassem facilmente tal negócio potencial, que provavelmente enfrentará uma oposição política feroz em Portugal”, refere a nota do Haitong Research.

“Além disso, não é claro para nós de que forma a China Three Gorges estaria disponível para trocar a sua posição na EDP por uma posição na nova companhia fusionada, onde a sua influência seria menor (a menos que aumentasse a sua posição)”, explica ainda o documento.

Contactada pelo i, a EDP sublinha que não fará comentários.