Rebeldes perdem armas, dinheiro e a guerra

O mundo, a par dos países sunitas, parece desistir da rebelião

Já poucos duvidam da vitória de Bashar al-Assad na Síria desde que os grupos rebeldes não curdos no norte do país perderam Alepo e se refugiaram nos domínios sobretudo rurais de Idlib. Certamente é assim que os principais patrocinadores da rebelião pensam. Nos últimos dias de agosto, por exemplo, o governo jordano anunciou que os “laços bilaterais com Damasco estão no caminho certo”.

A declaração, longe de um comunicado político usual, demonstrava uma reviravolta nas prioridades em Amã, que, ao longo dos seis anos de guerra civil, foi um dos principais pilares dos grupos rebeldes na Síria. Segundo o “Guardian”, os sauditas também já comunicaram aos grupos rebeldes que vão fechar a torneira dos dólares e do armamento. “Os sauditas já não se importam com a Síria”, conta um diplomata ocidental ao jornal britânico. “Só têm olhos para o Qatar. A Síria está perdida.”

Em Washington e nos países ocidentais acontece o mesmo. Já poucos exigem que o presidente sírio se retire imediatamente do poder e, em termos de armamento, Donald Trump cancelou o programa conduzido pela CIA a partir da Jordânia assim que chegou à Casa Branca. O programa era criticado por congressistas de ambos os partidos e até pelos próprios defensores de uma política mais intervencionista na Síria. Os primeiros queixavam-se de os rebeldes terem pouco sucesso, os segundos que o compromisso americano não era suficientemente robusto para fazer diferença no terreno contra os aliados de Assad.

A palavra de ordem entre grupos rebeldes é agora a de tentar compromissos com o regime e dedicar-se aos processos de negociação em Genebra, sob os auspícios da ONU – e onde os dois lados ainda nem sequer se sentaram frente a frente numa sala desde que o diálogo começou.