Uma boa surpresa

Hoje, 15 de setembro de 2017, a agência de ratings Standard and Poors (S&P) surpreendeu os mercados retirando a dívida pública portuguesa do nível de “lixo”, para lhe dar agora grau de investimento. Isto significa, na prática, que vários investidores que estavam impedidos de comprar dívida pública portuguesa por esta ser “lixo” deixam agora de…

Hoje, 15 de setembro de 2017, a agência de ratings Standard and Poors (S&P) surpreendeu os mercados retirando a dívida pública portuguesa do nível de “lixo”, para lhe dar agora grau de investimento. Isto significa, na prática, que vários investidores que estavam impedidos de comprar dívida pública portuguesa por esta ser “lixo” deixam agora de estar proibidos de o fazer, e que essas novas compras de dívida que se vão verificar a partir de segunda-feira farão que as taxas de juro portuguesas, hoje na casa dos 2,8% para a dívida com o prazo de dez anos, vão descer.

Além disso, o Banco Central Europeu, que pode comprar dívida pública portuguesa, mantendo as taxas de juro mais baixas, por Portugal ser considerado como tendo dívida de grau de investimento por outra agência de rating, a canadiana DBRS, tem agora mais confiança nas suas compras de dívida pública portuguesa, mantendo as taxas de juro da República mais reduzidas. Este acréscimo de confiança vai estender-se a todos os investidores.

A decisão da S&P, como eu escrevi, foi inesperada, e é justificada pela melhoria das condições económicas portuguesas. Não foi influenciada pela propaganda governamental, baseou-se antes em dados objetivos. E, com as taxas mais baixas, o orçamento vai gastar menos dinheiro a pagar juros. É um ciclo virtuoso.

No fim, são boas notícias para o PS, a duas semanas de eleições. Mas as agências de rating não ligam a atos eleitorais. São independentes, e estrangeiras. Daí que as suas opiniões sejam muito valorizadas-