Coreia do Norte. A estratégia de Kim para contornar as sanções da ONU

Contrabando, conversão de equipamento civil em militar e troca direta de produtos são algumas das táticas utilizadas pelos norte-coreanos

Acossado por sucessivas punições da comunidade internacional, devido à insistência no desenvolvimento do seu programa nuclear e balístico, o regime de Kim Jong-un tem-se desdobrado em esquemas para assegurar a sua sobrevivência. Eis algumas das estratégias utilizadas pela Coreia do Norte para contornar as sanções impostas pelas Nações Unidas:

Troca de produtos

Para evitar o rastreamento internacional de transações financeiras, o regime norte-coreano procede habitualmente à troca direta de produtos. A compra de armamento ou bens de luxo pelo fornecimento de carvão é uma das permutas mais comuns.

Contrabando

A entrada de produtos proibidos pela ONU no mercado negro da Coreia do Norte é um dos principais meios de contorno das limitações económicas. O contrabando é feito quase exclusivamente por barcos norte-coreanos, russos e chineses.

Trabalhadores no estrangeiro

De acordo com o governo norte-americano, Pyongyang lucra cerca de 500 mil dólares por ano com os fundos da ONU destinados a apoiar os cerca de 100 mil trabalhadores norte-coreanos no estrangeiro.

Falsificação de registos

Contornar as sanções da comunidade internacional também passa pela falsificação da documentação e dos registos dos produtos que entram e saem do país por mar, ar e terra. É comum verem-se barcos registados como “domésticos” a navegar em águas internacionais.

Conversão militar de equipamento

Privada de importar material de guerra, a Coreia do Norte tem por hábito converter  veículos destinados a uso civil em carros de combate.

Empresas fictícias

O perigo do rastreamento de transações financeiras leva também as empresas do regime de Kim Jong-un a criar sucursais-fantasma em países como Hong Kong, Singapura e Malásia, para facilitar transferências bancárias.

“Ajudas” diplomáticas

Os diplomatas norte-coreanos colocados no estrangeiro são muitas vezes instados pelo regime a abrir contas bancárias em seu nome por onde passa muito do financiamento que chega à Coreia do Norte.