Sondagem. Lula ganha a todos na corrida às presidenciais de 2018

Ex-presidente brasileiro surge com um avanço de 12% nas intenções de voto. A grande surpresa é que em segundo lugar surja Jair Bolsonaro

Quem anunciou a morte política de Lula da Silva pode ter-se precipitado, pelo menos é o que indica uma sondagem da Confederação Nacional do Transporte (CNT) com o Instituto DMA. Nos resultados da pesquisa o ex-presidente Lula da Silva lidera as projeções para as eleições presidenciais brasileiras de 2018 em todos os cenários simulados para a primeira volta.

Num primeiro cenário, Lula tem 32,4% e o principal adversário, Jair Bolsonaro, tem 19,8%, ou seja, um avanço de 12,6%. Os restantes candidatos estão, pelo menos, a mais de sete pontos percentuais de diferença atrás de Bolsonaro. A ambientalista Marina Silva obtém 12,1%, enquanto que o ex-governador Ciro Gomes tem 5,3% e o ex-candidato presidencial Aécio Neves uns míseros 3,2% nas intenções de voto dos brasileiros inquiridos. 

Numa segunda simulação, o ex-presidente brasileiro mantém as intenções de voto nos cerca de 32%, bem à frente de Bolsonaro (19,4%), de Marina Silva (11,4%) e onde, desta vez, se incluiu o governador do estado de São Paulo Geraldo Alckmin, que aparece com 8,7%, seguido de Ciro Gomes (4,6%). 

Não há duas sem três e o terceiro cenário confirma a liderança de Lula da Silva. Aqui o ex-presidente voltaria a ganhar a todos os restantes candidatos, tenham estes demonstrado interesse em disputar a presidência ou sejam apenas hipotéticos. Porém, e apesar do bom desempenho de Lula, o inquérito mostrou que o ex-presidente continua a ter um índice de rejeição de 50% dos entrevistados.

A surpresa Bolsonaro

Jair Bolsonaro é uma das principais surpresas nesta sondagem. O deputado federal, conhecido pelas suas ideias de extrema-direita e de defesa da ditadura militar brasileira, surge em segundo lugar nas intenções de voto. O pré-candidato tem opiniões firmes sobre o uso de armas, o aumento da punição para crimes mais graves e um discurso contra minorias que atrai o eleitorado mais conservador. 

“Vejo o voto de Bolsonaro hoje muito como um recall. Na campanha, ele terá pouco tempo de televisão e irá derreter”, afirmou Jairo Pimentel, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. “Tempo de televisão e recursos de campanha continuarão sendo variáveis importantes do processo eleitoral”, explicou, citado pelo site InfoMoney.

Governo Temer reprovado

A sondagem também se debruça sobre a popularidade do atual governo e do seu presidente, Michel Temer. De todos os brasileiros inquiridos, apenas 3,4% atribuiu uma avaliação positiva à atuação do governo brasileiro, contrastando com os 75,6% que lhe deram uma avaliação negativa. No entanto, para 18% dos entrevistados a avaliação do governo é regular. 

A reputação pessoal do presidente Temer também não está muito melhor. Apenas 10,1% dos inquiridos aprova o desempenho do chefe de Estado, enquanto 84,5% a rejeitam e outros 5,4% não souberam o que responder.