Passos Coelho quer revogar a lei da imigração

O líder do PSD afirma que as alterações da lei da imigração põem “em risco a segurança dos portugueses”. PS diz que a oposição quer “lançar o pânico”

Passos Coelho anunciou esta quarta-feira que o PSD vai apresentar uma proposta para revogar as alterações à lei da imigração feitas em julho pelo governo. “Dei hoje mesmo indicação ao líder parlamentar para que o PSD viesse a apresentar na Assembleia da República uma proposta para revogar as alterações introduzidas por este Governo na lei da imigração”, afirmou o líder.

A alteração legislativa não caiu bem a Pedro Passos Coelho e já na terça-feira o líder do PSD tinha acusado o governo de estar a pôr os portugueses em risco para ceder ao Bloco de Esquerda e ao PCP

"A Europa está a reforçar a sua segurança, nós cá porque temos na 'geringonça' uns partidos radicais, que acham que pode entrar toda a gente devemos pôr em risco a segurança dos portugueses, do país, apenas porque há umas pessoas ideologicamente que querem fazer essa ruptura com o consenso que sempre existiu na sociedade portuguesa?", questionou Passos Coelho, acompanhado pelo candidato à câmara de Viana de Castelo.

Uma das alterações introduzidas permite a concessão de vistos de residência com base num contrato-promessa de trabalho.

Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS havia respondido à primeira declaração de Passos Coelho logo na terça-feira, dizendo que o PSD está mais preocupado em “lançar o pânico, lançar o medo” na população ao “considerar que um imigrante que entre em Portugal ameaça o país”.

Durante um jantar-comício em Aljustrel, Beja, Ana Catarina Mendes acrescentou ainda que “isto não é digno de um líder de um partido como o PSD” e que o PS defende uma “sociedade respeitadora da diferença de todos”.

Passos Coelho aproveitou ainda o momento para desafiar o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, a afirmar perante a comissão parlamentar qual a proposta sobre os mecanismos de cooperação reforçada de segurança e defesa que irá levar este mês à Comissão Europeia.

"Eu acho que o ministro não pode ir ao parlamento e não responder, seria uma falta de ética republicana total que ocultasse dos portugueses e do parlamento o que pretende apresentar na Comissão Europeia. O governo pode ser liderado pelo PS, mas o país não é do PS, temos o direito a saber o que está a preparar nesta matéria”, rematou Passos Coelho.