FA desmetem relatório, jornal reitera

Forças Armadas (FA) desmentem a existência de um relatório sobre o roubo de material militar em Tancos há dois meses. Jornal que publicou notícia reitera que este existe.

O Estado-Maior General das Forças Armadas desmente a notícia sobre um alegado relatório do Centro de Informações e Segurança militares (CISMIL) sobre o roubo de armas de guerra nos paióis de Tancos.

"Relativamente à notícia hoje publicada pelo jornal Expresso, intitulada 'relatório explosivo sobre Tancos arrasa poder político e militar' e que está a ter eco em outros órgãos de comunicação social, vem o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) informar que o seu Centro de Informações e Segurança Militar (CISMIL) não produziu qualquer relatório sobre o assunto", escreve o porta-voz das Forças Armadas, Helder António da Silva Perdigão, num comunicado enviado às redacções.

Pouco depois deste comunicado, o semanário publicou uma nota na qual defende a notícia da existência de um relatório sobre o assalto a Tancos onde “ministro e militares” são criticados.

Depois comunicado do EMGFA a afirmar que o CISMIL não produziu qualquer parecer sobre Tancos, o jornal argumenta “que em momento algum atribui ou atribuiu o documento a que teve acesso ao Centro de Informações e Segurança Militar (CISMIL), mas sim a serviços de informações militares”

“ O documento, cuja credibilidade foi confirmada pelo Expresso junto de várias fontes, contém informação de cariz militar e também ao nível da segurança interna. As fontes humanas citadas pelo relatório são militares no ativo e também na reserva”, lê-se na nota do “Expresso”.

O semanário revelou ontem um relatório dos serviços de informações militares que avança para cenários "muito prováveis" de roubo de material de guerra em Tancos. O "tráfico de armas para África, em concreto Guiné-Bissau ou Cabo Verde, ou um assalto promovido por mercenários portugueses contratados, ou ainda por grupos jihadistas" são os três cenários apontados no relatório.

O documento, enviado à Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária e aos Serviços de Informação e Segurança, afirma ainda que o ministro atuou com grande "ligeireza, quase imprudente".

A Azeredo Lopes é  apontada uma "atitude de arrogância cínica" na condução do processo e ainda "declarações arriscadas e de intenções duvidosas".