Relatório poderá ter sido fabricado

O primeiro-ministro desconhece o relatório noticiado sobre o furto de armas em Tancos, sublinhando que o documento não pertence a “nenhum organismo oficial” do Estado.

"Não sei a que documento se refere o jornal. Sei que não é de nenhum organismo oficial do Estado português", disse António Costa à margem de uma iniciativa de apoio aos candidatos em Almancil nas autárquicas de outubro.

Ao início da tarde, questionado sobre o tema, respondera: “Obviamente que não vou tratar assuntos desta relevância no meio de uma campanha eleitoral. A única coisa que queria dizer é que desconheço em absoluto esse relatório".

À noite, à RTP, o chefe do Governo sublinhou que o Estado-Maior-General das Forças Armadas já "desmentiu a autenticidade desse documento", tal como o secretário-geral dos Serviços de Informações. "Receio muito que estejamos a falar sobre algo fabricado e não sobre um documento autêntico. Um documento autêntico já sabemos que não é", enfatizou.

Costa disse ainda sair fragilizada a "credibilidade da informação" e dos que "comentam notícias sem verificar a veracidade dos documentos". Para o secretário-geral do PS, é “absolutamente lamentável que [Passos Coelho] tenha feito comentários com base numa notícia sem primeiro sequer confirmar se esse documento era autêntico".

Durante o dia Passos Coelho acusara o Governo de ocultar ao Parlamento informações sobre o furto de material de guerra em Tancos e questionou se o Presidente da República está a par do relatório. "Não sei se senhor Presidente da República está a par do que se passa, mas o Parlamento não sabe de nada”, afirmou o presidente do PSD.

O “Expresso” noticiou esta manhã um relatório que dá conta da existência de um relatório, redigido por "serviços de informações militares".sobre o roubo de armas nos paióis de Tancos. No documento são dirigidas críticas a "ministro e militares". O parecer, escreve o semanário, terá sido redigido por "serviços de informações militares".

À tarde, em comunicado enviado às redacções, o Estado-Maior General das Forças Armadas esclarece que o Centro de Informações e Segurança Militar (CISMIL) "não produziu qualquer relatório sobre o assunto". O semanário respondeu nunca ter escrito que o documento fosse da autoria daquele órgão, mas sim de “serviços de informações militares”.

O jornal sublinha que o "o documento existe e é verdadeiro”.