Coreia do Norte diz que 4,7 milhões de jovens se alistaram nas suas forças armadas

Pyongyang possui uma das maiores forças armadas do mundo em termos proporcionais, mas tem perdido a corrida de armamento convencional com a Coreia do Sul

O governo da Coreia do Norte garante que o fervor patriótico está em alta no país, como provam os 4,7 milhões de jovens estudantes e trabalhadores que se alistaram voluntariamente nas forças armadas norte-coreanas na última semana. Isto tudo depois do discurso que o presidente norte-americano, Donald Trump, proferiu na Assembleia-Geral das Nações Unidas, e das ameaças de retaliação de Kim Jong-un, o líder supremo da nação. A notícia foi avançada pelo principal jornal norte-coreano "Rodong Sinmun", citada pela agência de notícias sul-coreana Yonhap.

O jornal norte-coreano referiu ainda que entre os milhões de voluntários se incluem cerca de um milhão de mulheres.

Em agosto, Pyongyang já tinha anunciado, também através do Rodong Sinmun, que cerca de 3,7 milhões de norte-coreanos se tinham alistado voluntariamente nas suas forças armadas, em consequência das sanções norte-americanas e do escalar das tensões na Península da Coreia.

Se o número de soldados nas forças armadas parece bastante significativo, não é, por outro lado, de descurar que num momento de crescente evolução da tecnologia militar estes números não deverão ser sobrevalorizados. O regime de Saddam Hussein também possuía um dos maiores exércitos do mundo em termos proporcionais, perfazendo mais de um milhão de soldados, e aquando da invasão norte-americana, em 2003, o regime apenas aguentou três semanas perante o poderio norte-americano.A Coreia do Norte tem perdido a corrida ao armamento convencional com o seu rival do sul, apesar de ter uma das maiores forças armadas do mundo em termos proporcionais.

Pyongyang gasta um quarto do seu orçamento anual no setor militar, mas a sua economia corresponde apenas a 2% do total da economia sul-coreana. Por sua vez, Seul gasta cerca de 2,4% do PIB na Defesa – o presidente sul-coreano Moon Jae-in já anunciou um aumento para 2,9% até ao fim do seu mandato, ou seja, um acréscimo de 12 mil milhões de dólares (10 mil milhões de euros).