EUA ordenam saída de maioria dos funcionários em Cuba

Washington reduz a embaixada a serviços mínimos e alerta turistas americanos. 

O governo americano anunciou esta sexta-feira que vai tirar a maioria dos funcionários que tem na embaixada de Havana e diz que para além disso vai dissuadir futuros turistas de viajar para a ilha. Estas medidas foram pensadas como punição contra os misteriosos ferimentos em responsáveis americanos que começaram a registar-se há um ano.

Cerca de 20 funcionários americanos na embaixada de Havana começaram a dar conta no final do ano passado de sintomas compatíveis com ataques ultrassónicos e que iam desde dores profundas de cabeça a tonturas e, em casos mais graves, surdez que pode ser permanente. Alguns canadianos mostraram sintomas semelhantes.

Não é certo o que causou os ferimentos, mas o governo americano acredita que foram o resultado de algum tipo de ataque com registos ultrassónicos, impercetíveis ao ouvido humano mas prejudiciais à saúde. Só ainda não sabia há algumas semanas se o ataque foi pensado como o tal ou o resultado de um acidente de espionagem.

Donald Trump afirmou no mês passado que estava a pensar em medidas punitivas contra Cuba, que na altura podiam encerrar a reaproximação iniciada por Barack Obama, em 2014. Para já, porém, isso não acontecerá, mas a representação diplomática em Havana funcionará com poucos serviços e deixará de aprovar vistos, por exemplo.

“Consideramos que a decisão anunciada hoje pelo governo americano, através do Departamento de Estado, é precipitada e afetará as relações bilaterais”, anunciou a responsável cubana pelas relações com os EUA, Josefina Vidal. Raúl Castro comunicou que está disposto a permitir a entrada do FBI no país para investigar o caso, um sinal de abertura raro.