China avança com novas sanções à Coreia do Norte

Os Estados Unidos prometeram a Seul colocar mais ativos militares ‘estratégicos’ perto da Península da Coreia.

Acusada de não ter uma postura suficientemente forte perante o seu aliado da Coreia do Norte, a China tem demonstrado, em inúmeras ocasiões, o seu desagrado face à prossecução do programa nuclear norte-coreano. Pequim deu, esta semana, mais um sinal nesse sentido: informou as empresas norte-coreanas que negoceiam no seu território que terão de encerrar os respetivos negócios nos próximos 120 dias, respeitando a última ronda de sanções aprovadas no Conselho de Segurança das Nações Unidas. 

Esta decisão é um duro golpe para a economia norte-coreana, visto Pequim ser o seu principal e único aliado – não apenas militar, mas também económico. A decisão vem juntar-se à suspensão das importações de carvão, ferro e frutos do mar norte-coreanos pela China.

Pequim encontra-se numa situação delicada perante as ambições bélicas de Pyongyang e as reações de Washington e seus aliados. Se, por um lado, a China não quer uma Coreia do Norte nuclear por receio de uma corrida a este armamento na região, dificultando a sua política externa, por outro não deseja o colapso do regime norte-coreano, que poderia promover a reunificação da península coreana sob a égide da Coreia do Sul. Sanções demasiado agressivas poderão originar o colapso da economia norte-coreana e, possivelmente, do regime.

‘A pior opção possível’

As tensões entre Pyogyang e Washington (e seus aliados) diminuíram esta semana, afastando, talvez temporariamente, o receio de um conflito bélico. Não obstante, os apelos para o retorno à mesa de negociações e os alertas para os riscos de uma hipotética intervenção militar não têm fim. Simon Glass, diplomata britânico que negociou o atual acordo nuclear com o Irão, assegurou ao The Guardian que uma intervenção militar é a «pior opção possível» por facilmente desencadear um conflito mais abrangente. O diplomata considerou que todas as opções perante as intenções de Pyongyang são «extremamente feias», mas que a certo ponto ambas as partes serão obrigadas a retornar à mesa das negociações, mediadas pela China.

Ainda assim, o cenário de retorno às negociações não se encontra por enquanto no horizonte, pelo menos para Washington e Seul. Os Estados Unidos prometeram ontem ao seu aliado colocar mais ativos militares «estratégicos» perto da Península da Coreia. «Os Estados Unidos prometeram expandir o dispositivo rotativo dos seus ativos estratégicos perto da Península da Coreia», informou Chung Eui-yong, chefe do Gabinete de Segurança Nacional sul-coreano, à agência de notícias sul-coreana Yonhap. O conselheiro avançou ainda que o envio de mais forças militares «começará o mais tardar no fim deste ano, e ajudar-nos-á a expandir as nossas capacidades de defesa». Não especificou, no entanto, qual o armamento que será enviado.