Música em São Roque. “Esta temporada é fortemente marcada pelas igrejas”

A 29.ª temporada “Música em São Roque” decorre de 20 de outubroa 19 de novembro no Convento de Santos-o-Novo e nas igrejas de São Roque e São Pedro de Alcântara. Os concertos são programados de acordo com os espaços, seguindo critérios acústicos e históricos.

A 29ª temporada “Música em São Roque” decorre durante um mês entre 20 de outubro e 19 de novembro e tem uma forte incidência sobre a música religiosa, explica o diretor artístico e maestro Filipe Carvalheiro. “Esta Temporada é fortemente marcada pelas igrejas.Tem uma componente forte de música religiosa e de música vocal. Só há um concerto sem voz”, refere o maestro desde a Dinamarca. Os locais escolhidos pertencem ou estão a cargo da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. A Igreja de São Roque, no Bairro Alto, a Igreja de São Pedro de Alcântara, também no Bairro Alto, e a igreja do Convento de Santos-o-Novo em Xabregas, são os palcos escolhidos para “a dinamização do património” da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Tal como em edições anteriores, “os concertos são adequados aos espaços, não só em termos acústicos mas também em termos históricos para que a música tenha ligação estética ao local”. O maestro define cinco critérios pelos quais a programação se rege: “o enquadramento da programação”, isto é, “o interesse musical”; a “promoção de atividades paralelas”, ou seja explicações introdutórias já que “parte do público é novo para a música clássica”; “o historial dos intervenientes”; a aposta em “intervenientes de música portuguesa” nova ou antiga (está programada a estreia de uma obra do compositor Nuno Côrte-Real); e os “custos envolvidos” já que “o orçamento não é ilimitado”.

Para Filipe Carvalheiro, a temporada tenta “abranger um espetro histórico largo” já que, de ano para ano, recebe um “misto de público conhecedor e menos experimentado”. Os concertos são sempre à sexta às 21h00 e ao domingo pelas 16h30. A exceção é um concerto único à quarta-feira (ver programação completa ao lado) a 8 de novembro às 19h00. “Na Igreja de São Roque, como está aberta ao culto, só se pode apresentar música religiosa para agrupamentos maiores”, descreve o diretor artístico. Na Igreja de São Pedro de Alcântara e no Convento de Santos-o-Novo apresentam-se “grupos mais pequenos”.

Filipe Carvalheiro é formado em Composição, pela Escola Superior de Música de Lisboa, e em Direção, pela Universidade de Cincinnati (Estados Unidos). Desenvolveu ainda estudos de aperfeiçoamento em Composição e Direção. Maestro e compositor, Filipe Carvalheiro é, desde 1989, diretor artístico da temporada “Música em São Roque”, organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Desde 2009 tem desenvolvido a sua atividade sobretudo na Dinamarca, Suécia e Alemanha. É atualmente maestro titular da Orquestra Sinfónica Euphrosyne (Copenhaga) e do Kammerkoret Musica (Copenhaga). Em 2011, venceu com o Kammerkoret Musica a categoria Coro de Câmara no 3rd International Anton Bruckner Chorwettbewerb & Festival na Áustria, e, dois anos mais tarde, venceu o Conductors Prize no First International Copernicus Festival and Competition na Polónia. A convite da Rainha Margrethe II da Dinamarca, dirigiu o concerto comemorativo dos 100 anos de direito de voto feminino naquele país.