Rússia. Putin presenteado com manifestações em dia de aniversário

Oitenta cidades russas testemunharam protestos contra o presidente e a favor de Alexei Navalny

A onda de protestos que, este sábado, alastrou um pouco por toda a Rússia, não foi certamente o presente de aniversário que Vladimir Putin mais desejaria. No dia em que o presidente russo celebrou 65 anos de vida foram registadas manifestações em cerca de 80 cidades do país – incluindo em algumas localidades na Sibéria ou em Vladivostok, no Pacífico – às quais aderiram milhares de pessoas. 

A mobilização a nível nacional foi promovida por Alexei Navalny, que nem sequer participou nas manifestações. O advogado, blogger, diretor de um fundo contra a corrupçã, e principal rosto da oposição polírica liberal a Putin, cumpre, desde o passado dia 2 de outubro, uma pena de 20 dias de prisão, em Moscovo, por ter convocado um anterior ato de protesto sem autorização.

Através do Twitter, o seu assessor Leonid Volkov esclareceu que a chamada da população à rua se baseou em dois principais objetivos: reivindicar a possibilidade de participação de Navalny nas eleições presidenciais de 2018 e pedir a reversão das ordens de prisão aos milhares de detidos nas manifestações de março e junho deste ano. 

Só em São Petersburgo – cidade-natal do presidente da Federação Russa – os protestos contaram com 3000 mil pessoas. Ali, mas também em Krasnodar, Yaroslavl, Smolensk, Tver, Stavropol, Irkutsk, Yakutsk, Yekaterinburg, Perm, Tula e Samara foram registadas detenções. Segundo a organização independente de monotorização de prisões OVD-Info, o número total de pessoas detidas fixou-se nos 271.

Navalny tem sido repetidamente impedido pela justiça de de se candidatar às presidenciais de 2018, por ter sido julgado e condenado num processo de fraude, que o próprio considera uma artimanha inventada por Putin para o manter afastado da arena política mediática.