ModaLisboa. Os desfiles que marcaram o terceiro dia

DINO ALVES fechou o segundo dia da ModaLisboa, com uma coleção chefiada por peças assimétricas, dominadas pelo preto e pelo vermelho, padrões listados e um uso imprevisível de materiais.

Texto de João Telmo

O designer optou por não atribuir nenhum título à coleção e criou uma atmosfera teatral e conceptual, através de uma utilização inesperada da música e dos dois coordenados finais, onde as modelos estavam totalmente cobertas de tecido preto. 

O terceiro e último dia da edição, iniciou com MORECCO, onde uma atmosfera de danceteria e clubbing se instalou com a participação do bailarino e coreógrafo Jordan Robson, com peças que se desdobraram entre o eveningwear e o sportswear. As peças construídas com materiais como a seda, o chiffon ombré, o cetim e os brocados de seda possuíam cores garridas e néon, com aplicações de rendas, penas, pêlo e pele.

Seguiu-se NAIR XAVIER X DINIZ&CRUZ no espaço Garden, de volta à ModaLisboa, com a coleção menswear NGAKUYAA. A designer inspirou-se no grupo revolucionário Black Panthers e na Tribo Maasai para construir peças com um tailoring excecional e com materiais requintados, apostando nos blazers e nos sleevless trenchcoats. Um dos pontos mais surpreendentes da coleção da criadora foram os acessórios, em colaboração com GHIRA, construídos a partir do universo da Tribo Maasai, que enriqueceram os coordenados, ampliando, definitivamente, a moda para homem. 

OLGA NORONHA apresentou-nos IN | TEMPÉRIE, uma coleção de 8 coordenados de wearable jewelry em aço e resina epoxica pigmentada, transportando-nos para um universo quimérico e sinestésico. As peças desfilaram sob uma luz fria e voltaram a desfilar no escuro somente com uns postes de luz negra acesos, que revelaram a pigmentação colorida das esculturas usáveis. 

LUÍS CARVALHO inspirou-se na textura e na forma da águia, para nos apresentar EAGLE EYE. Uma coleção que demonstra o engenho do criador, através de peças com silhuetas retas e XL com cores neutras e pastéis e o rosa pálido a predominar. LUÍS CARVALHO mantém a sua estética refinada e über elegante, através da utilização de materiais como a sarja de algodão, o crepe de seda, o cupro, o jacquard e o linho. De salientar o upgrade notório na construção das peças para menswear. 

FILIPE FAÍSCA fechou a edição LUZ com FERTILIZER, uma coleção que nos conduz para uma passarela onde não existe espaço para adjetivos como enfadonho ou fastidioso, mas sim para um prontuário onde reinam as palavras majestoso e resplandecente. Numa junção de peças do passado, do presente e do futuro, FAÍSCA criou uma história congruente de contornos metalizados, com materiais de linho, seda, triacetato e viscose, materializando-os em vestidos e saias que disseminam um glamour DISCO 54 meets Old Hollywood.