PSD. Santana Lopes ainda não decidiu

Santana Lopes ainda não decidiu se avança com uma candidatura à liderança do PSD. 

A pressão é cada vez maior, principalmente dos setores do partido que não querem facilitar a vida a Rui Rio. O ex-presidente da Câmara do Porto apresenta a candidatura na quarta-feira, às 18h30, na cidade de Aveiro.

“Isto mudou tudo. Com Paulo Rangel e Luís Montenegro fora da corrida, Rio tem fortes hipóteses de ganhar”, diz ao i um deputado do PSD. A saída de cena de Rangel e Montenegro deixou o “passismo” sem candidato. Muitos dos que apostavam num destes dois viram-se agora para Santana Lopes, que tem recebido muitas mensagens de apoio dos “anti-Rio”.

Santana tem feito muitos contactos para perceber até que ponto tem apoios para vencer. Certo é que está a preparar tudo para o caso de decidir avançar. “Os programas são muito importantes, por mim, é disso que estou a cuidar estes dias”, escreveu, na sexta-feira, na sua habitual crónica no jornal “Correio da Manhã”. 

Há muitos sociais-democratas que acreditam que desta vez, ao contrário do que aconteceu com a Câmara de Lisboa, Santana vai mesmo avançar. A decisão deverá ser comunicada ainda durante esta semana. Marques Mendes disse ontem, no seu comentário na SIC, que o atual provedor da Santa Casa de Lisboa está “inclinado a avançar. Há 70% de probabilidades de ser candidato”. O comentador considera, porém, que “é uma jogada de alto risco”. 

Viragem ao centro A saída de Pedro Passos Coelho poderá abrir uma discussão ideológica dentro do partido. Rui Rio, antes de assumir a candidatura, defendeu que “gostaria de ver o PSD fletir um bocadinho mais à esquerda ou mais para o centro”.

A necessidade de o PSD passar a ocupar o centro tem sido defendida por alguns históricos do partido. “O que me preocupa não são os nomes. O importante é discutir o rumo do partido”, afirma Carlos Encarnação. Em declarações ao i, o ex-presidente da Câmara de Coimbra defende que “o PSD não é, nem pode ser, um partido de direita” e tem de “desempenhar o papel de fiel da balança que, de outra maneira, acaba por ser desempenhado pelo PS”. O ex-dirigente do partido considera que “o que está a acontecer é que o PS é a direita da esquerda e ocupa um lugar que era tradicionalmente do PSD. Enquanto o PSD não recuperar este posicionamento, a situação continuará difícil”. 

Os ex-líderes Marques Mendes e Manuela Ferreira Leite também são adeptos de uma viragem. Ferreira Leite considera que a saída de Passos Coelho da liderança é “uma grande oportunidade” para o PSD ter “um projeto que ocupe o centro”, porque “o centro está vazio” com o PSD “colado à direita”. Marques Mendes entende que o PSD deve estar “mais ao centro. É um disparate monumental deixar o centro para o PS”. Pacheco Pereira também defendeu, no programa “Quadratura do Círculo”, na SIC, na última quinta-feira, que “o que está em jogo é saber se há candidatos que possam recentrar o PSD”.

Os sociais-democratas vão reunir-se hoje para marcar a data das eleições diretas e do congresso. O novo líder poderá ser escolhido no dia 2 de dezembro e o congresso realizado no primeiro fim de semana de janeiro. janeiro