Projetos de habitação em licenciamento aumentam 42,7%

As obras de reabilitação têm registado uma subida mais acentuada do que as de construção nova.

O volume de obras de habitação que entrou em licenciamento em Portugal cresceu 42,7% no último ano (entre o 2º trimestre de 2016 e o 2º trimestre do ano). Os dados foram avançados pela Confidencial Imobiliário (Ci).

Trata-se de uma nova métrica agora lançada pela Ci para monitorizar a dinâmica de entrada em carteira de novos projetos de construção de habitação, sujeitos a processo de licenciamento municipal, constituindo—se como um indicador do potencial de edificação a curto-prazo.

De acordo com os mesmos dados, o crescimento homólogo das obras em carteira no 2º trimestre de 2017 foi especialmente dinâmico no segmento de reabilitação, com uma variação de 68,2% no espaço do último ano. Já as obras de construção nova em licenciamento aumentaram 38,2% no mesmo período. As obras de reabilitação têm exibido uma subida mais acentuada do que as de construção nova, com as primeiras a aumentarem a um ritmo trimestral médio de 14,5% nos quatro últimos trimestres e as segundas a uma média de 8,7% por trimestre no mesmo período de referência.

“Desde meados de 2013, que o pipeline de projetos residenciais está a recuperar, após uma tendência generalizada de queda iniciada em 2011, com as obras de reabilitação a caírem para metade nesse período e as de construção nova para cerca de um terço. A subida tem-se revelado mais acentuada para a reabilitação, com um crescimento acumulado de cerca de 250%, do que para as obras novas, que aumentaram 140% no mesmo período”, alerta o documento. 

Em termos de área média por projeto, depois de contrair cerca de 36% entre o 1º trimestre de 2011 e o 3º trimestre de 2013, voltou ao crescimento, registando uma subida acumulada de cerca de 67% até ao 2º trimestre de 2017. Tal aumento na dimensão média dos projetos traduz o ressurgimento de edifícios de maior envergadura, especialmente visível no mercado de construção nova, embora seja igualmente uma tendência sentida nas obras de reabilitação.

“Estes resultados mostram que o mercado está a responder à falta de oferta, lançando novas operações que se perspetiva tenham boa resposta do lado da procura, o que contribuirá para a estabilização dos preços”, comenta ainda Ricardo Guimarães.