Ex-ministra francesa da Cultura vence corrida apertada à UNESCO

Audrey Azoulay ganhou apenas por dois votos e tem agora de lidar com a fama de parilisia institucional e as saídas dos EUA e Israel. 

A antiga ministra francesa da Cultura, Audrey Azoulay, foi eleita esta sexta-feira diretora-geral da agência das Nações Unidas para a Educação, a Cutlura e a Ciência, superando o favorito candidato qatari Hamad bin Abdulaziz Al-Kawari. A eleição tem de ser ainda ratificada pela Conferência Geral da UNESCO.

Azoulay chega à liderança da agência apenas um dia depois de os Estados Unidos e Israel anunciarem que se vão retirar no fim de 2018, pondo enfim um ponto final nos últimos anos de ameaças e cortes sucessivos nos financiamentos e contactos à organização. Ambos os países queixam-se do suposto “ânimo anti-israelita” no órgão.

A antiga ministra venceu as eleições por apenas dois votos contra o candidato do Qatar – 30 contra 28 – e só depois de ganhar um voto de desempate com uma candidata egípcia para chegar à segunda ronda. A sua eleição rompe com a tradição de a diretora-geral da UNESCO não ser francesa, uma vez que a sede do órgão se encontra em Paris.

Azoulay vai suceder a Irina Bokova, búlgara em torno de quem surgiram recentemente suspeitas de que recebeu fundos indevidos num esquema de compra de influência do governo do Azerbaijão. A antiga ministra de Hollande identifica-se como uma “mulher de esquerdas” e terá de lidar com a fama de paralisia que nos últimos anos se ligou à UNESCO.