Petróleo e euro mais caro, reembolsos ao FMI antecipados

O enquadramento internacional da proposta do Orçamento do Estado para 2018 (OE 2018) tem o petróleo com um valor mais alto que o actual e um euro mais valorizado por comparação com o dólar. O Executivo prevê também antecipar reembolsos ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

O documento revelado pelo Executivo prevê ainda que a Euribor, o indexante usado no crédito à habitação, estabilize em níveis negativos. “A taxa de juro de curto prazo deverá permanecer num nível baixo, mantendo-se num valor negativo", sinaliza a proposta de OE 2018. A estimativa é de um valor médio anual de -0,3%.

"A previsão para o preço do petróleo, com base em informação dos mercados de futuros, aponta para um aumento do preço desta matéria-prima em dólares e uma descida em euros, devido à prevista apreciação da taxa de câmbio efetiva nominal do euro para 2018", lê-se no documento.

A previsão para o preço médio do barril de Brent, em 2018, é de 54,8 dólares. O valor compara com a previsão de 53,5 dólares este ano e com a média anual de 52,7 até esta sexta-feira. No mercado cambial a perspetiva é que, em média, o euro se situe nos 1,18 dólares, acima dos 1,13 dólares previstos para este ano.  

O documento assinala ainda que o Executivo espera “prosseguir o processo de pagamento parcial antecipado do empréstimo do FMI, antevendo-se uma amortização no valor de aproximadamente 1,4 mil milhões de euros", assinala o documento.

Este indica que os reembolsos antecipados irão totalizar 8,37 mil milhões de euros este ano, durante o qual haverá ainda uma emissão de Obrigações do Tesouro (OT) mais alta que a antes indicada. Na proposta do OE 2018 o valor previsto para as emissões brutas é de 16,9 mil milhões de euros em OT. O valor indicado antes indicador era de 15 mil milhões de euros. 

Em dívida destinada a particulares, em 2018, o Estado prevê emitir 1000 milhões de euros em certificados e 750 milhões em Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV). Esta é a primeira vez que o Governo inclui esta modalidade nos instrumentos de financiamento do Estado.