Recomendações desadequadas aos investidores

As recomendações dos bancos aos investidores são desadequadas. A conclusão é da Deco que visitou 20 balcões de cinco instituições financeiras e ficou surpresa com o aconselhamento de compra de moedas de ouro e dos PPR serem apresentados como receita para tudo.

Em comunicado, a associação de Defesa do Consumidor, salienta que a amostra é “modesta, mas que serviu para obter resultados que espelham bem a realidade das recomendações financeiras ao balcão dos bancos nacionais”.

Os “clientes-mistério” da equipa da Deco/Proteste Investe questionaram gestores de conta dos Banco BPI, Caixa Geral de Depósitos, Santander Totta, Millennium bcp e Novo Banco em vários pontos do país e contabilizaram “dois conselhos certeiros”.

“Em 30% dos casos, fomos aliciados com depósitos estruturados ou moedas de ouro, que estavam longe de serem bons investimentos”, revela a Deco. “Em contrapartida, servem perfeitamente os propósitos da administração dos bancos e ajudam ao cumprimento dos objetivos comerciais dos próprios funcionários”, acrescenta.

“Mas não servem os interesses dos clientes”, sentencia. "Não esperávamos que continuassem a impingir aplicações totalmente desadequadas ao perfil e às necessidades de cada cliente", conclui a associação de defesa dos direitos dos consumidores, da edição de outubro da sua revista destinada a investidores.

Poupança em baixo

Em comunicado enviado às redacções, a Deco alerta ainda para o baixo nível de poupança dos portugueses. ”Na viragem do milénio, a taxa de poupança superava os 10%. Atualmente está pouco acima de 4% do rendimento disponível e é uma das mais baixas da União Europeia”, escreve a associação.

A Deco lembra que “o atual momento económico poderá ser positivo mas é preciso ter cuidado e estar precavido para uma possível conjuntura negativa” uma vez que esta, a “longo prazo” não acautela “as necessidades criadas pelo aumento da esperança de vida e a redução expectável do valor das reformas pagas pelo sistema público”.