Leilões de casas. Aprenda a fintar o preço elevado e poupe até 30%

Não se deixe enganar e ir na emoção das licitações. Os preços de saldo que surgem nos anúncios dos leilões podem, por vezes, ser inatingíveis tendo em conta o elevado interesse no setor imobiliário e a falta de oferta nos dias que correm

Quer comprar uma casa até 30% mais barata em relação aos preços praticados no mercado? Pois bem, os leilões imobiliários podem ser uma boa solução para quem quer encontrar o melhor negócio ao melhor preço. Uma questão que ganha mais relevo, numa altura em que o preço dos imóveis sobe a cada mês que passa, e em que a subida do valor médio de avaliação bancária em Portugal tem vindo a bater recordes. Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a avaliação média das habitações aumentou em agosto cinco euros face a julho para 1122 euros, ou seja, o valor mais alto desde junho de 2011.

Face a estes valores é natural que os leilões de imóveis tendam a ter cada vez mais adeptos junto dos consumidores portugueses. A desconfiança vai dando lugar ao desejo de encontrar a casa dos sonhos a preço de saldo. Também há quem veja os leilões como uma boa oportunidade de investimento. Também para as empresas que atuam no setor estes eventos são vistos como uma boa hipótese de crescimento e de escoamento, visto que a maioria dos imóveis que chegam às leiloeiras são resultado de penhoras bancárias.

O valor de licitação é a grande mais-valia deste processo, sendo geralmente inferior ao de outros imóveis nas mesmas zonas em que se inserem. Por isso mesmo, a localização, a envolvente, o tipo de imóvel, o ano de construção, o estado das instalações e o nível de procura são os parâmetros a ter em conta quando se analisa uma casa e, acima de tudo, quando se quer comparar com outras ofertas.

Cuidados a ter Mas não se deixe enganar e ir na emoção das licitações. Esta “pechincha” pode ser inatingível, tendo em conta o elevado interesse no setor imobiliário e a falta de oferta nos dias que correm. Estipular o valor máximo pelo qual está disposto a licitar é uma regra de ouro que deve seguir. Por isso mesmo, antes de ir a um leilão, consulte primeiro o catálogo e retire o máximo de informação do imóvel como a tipologia, a localização, área e, se possível, o estado de conservação do imóvel e do prédio. Se tiver oportunidade, visite o imóvel.

 Depois, tenha em conta o valor médio de mercado praticado na zona pois, muitas vezes, o preço varia de rua para rua. Por isso, tente saber o valor de mercado de imóveis para a zona em que vai investir. No limite, mesmo que tenham uma tipologia diferente, calcule o valor por metro quadrado (valor do imóvel a dividir pela área).

 Deve também ter em conta a renda que terá de praticar caso pretenda arrendar o imóvel que comprar. Consideramos que a rentabilidade mínima, neste caso, deve ser de 5%. Mais uma vez, depois de calcular esta renda, faça uma pesquisa de mercado para ver se é exequível. Se encontrar o valor médio de mercado, deve utilizá-lo. O resultado irá ajudar a encontrar um valor correto para o imóvel.

 Além disso, deve ter em conta outro tipo de custos que terá de suportar no momento da compra de uma casa. É o caso, por exemplo, do IMT, o imposto sobre a compra e o encargo dos registos notariais. Já no dia do evento e, caso arremate o imóvel, terá de pagar um sinal. Este valor é, no entanto, inferior ao que é pago pelo método tradicional e varia geralmente entre os 5 e os 10%. As leiloeiras não cobram qualquer tipo de comissão ou de custos, o preço da adjudicação é o valor que deverá pagar à entidade vendedora. Contudo, se desistir da compra perde o valor do sinal. A escritura será feita nos prazos que são mencionados no guia do participante, a contar da assinatura do contrato de promessa de compra e venda – no cartório, em dia e hora a designar pela entidade proprietária que terá de notificar o comprador.