Estado Islâmico sangra mais duas cidades e está no precipício

O grupo controla apenas o deserto, uma pequena cidade síria e uma vila no Iraque. 

O suposto califado do grupo extremista Estado Islâmico encurtou-se nos últimos dias até quase ao ponto do desaparecimento.

Militares sírios anunciaram na madrugada desta sexta-feira a captura dos últimos bairros insurgentes de Deir Ezzor, a penúltima cidade com presença urbana de jihadistas no país e onde o exército do regime de Damasco esteve cercado por mais de dois anos numa base militar.

Do outro lado da fronteira, o exércio iraquiano anunciou também esta sexta-feira a captura de al-Qaim, a última cidade controlada pelo Estado Islâmico no país, na fronteira com a Síria.

As duas notícias significam que o grupo jihadista que a dada a altura controlou um território maior que o da Bélgica e que dominou milhões de pessoas num pseudo-Estado tem agora apenas uma pequena cidade fronteiriça na Síria, uma vila no Iraque e troços largos de deserto nos dois países.

Por outras palavras: o califado, pelo menos na sua forma territorial, está prestes a acabar.

O comando americano da campanha internacional de bombardeamento ao grupo, aliás, em declarações à Reuters, diz esta sexta-feira que a organização dispõe hoje apenas de "alguns milhares de combatentes". 

"Esperamos que tentem fugir, mas estamos a par disso e faremos tudo o possível para aniquilar os líderes do Estado Islâmico", indicava esta sexta-feira o porta-voz americano da coligação, Ryan Dillon, avisando que o mais provável é que centenas de combatentes tentem esconder-se para prosseguir a campanha jihadista numa lógica de guerrilha, como aconteceu depois da invasão americana do Iraque com a Al-Qaeda.

"À medida que o Estado Islâmico continua a ser perseguido para estas zonas mais pequenas, vemo-los a fugir para o deserto e a esconderem-se para regredirem a uma lógica de grupo terrorista insurgente."