CDU deixa Almada nas mãos do PS

Depois de ter perdido Almada, PCP recusou os pelouros propostos por Inês Medeiros deixando só PS e PSD no executivo.

Apesar da histórica derrota do PCP em Almada, o PS tinha como objetivo criar uma grande coligação na autarquia, entregando a todos os partidos que elegeram vereadores pelouros da Câmara Municipal. O plano acabou por correr mal já que o PCP recusou à última da hora.

Para os quatro eleitos pelos comunistas, Inês de Medeiros, a presidente eleita, havia atribuído a gestão da Casa da Cerca, dos Espaços Verdes, Mercados e dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS). E tudo indicava que as negociações estavam bem encaminhadas até que estes acabaram por recuar na véspera da tomada de posse do novo executivo, de acordo com o Diário de Notícias.

A razão para o afastamento dos comunistas terá envolvido o pelouro da cultura que o PCP gostaria de ter, mas que era uma área que a nova autarca não estava disposta a ceder. Inês Medeiros, pela sua forte ligação familiar e profissional à área cultural, não quis abrir mão dessa área de gestão e não abdicou do pelouro.

No final, ficou apenas o PSD que juntou os dois eleitos aos quatro do PS. Também o Bloco de Esquerda (BE), cuja única eleita, Joana Mortágua, não iria fazer diferença nas contas das maioria,  optou por ficar de fora, abdicando do pelouro da Habitação Social que já lhe estaria destinado.

Na tomada de posse, Inês Medeiros prometeu «nova atitude política» na gestão autárquica. Em concreto, a presidente quer «liderar a reabilitação» dos cais do Ginjal e da Margueira, assim como tornar a costa do município um «polo turístico da Região de Turismo de Lisboa» através do programa «Costa todo o ano». No discurso também não esqueceu o PCP: «Temos consciência dos progressos conseguidos nestes mais de 40 anos de democracia, e não esquecemos a quem devemos esses progressos, ao PCP. E por isso com a mesma frontalidade, sem qualquer dogmatismo, também somos forçados a reconhecer que o modo de governar, que tão importante foi nos anos 80 e 90, nos momentos mais duros do nosso concelho, é hoje um modelo esgotado.»

É a primeira vez desde o 25 de Abril que a Câmara de Almada não é gerida pelo PCP. É o começo de uma nova era.